A sede da Alma

Dor em toda a alma.

Um buraco cravado no peito onde haveria de ter um coração. Vazio. Talvez por isso as bebedeiras, as noites mal dormidas.

De que servem tantos homens, mensagens, telefonemas se nem um deles se faz presente? De que valem as relações sem relacionamentos? De que servem as bocas beijadas, o corpo em outros corpos saciado se nenhum toque é capaz de atravessar a pele e entranhar-se pelas fibras dos músculos, da carne, pelas artérias, glândulas...?

Sente-se uma inevitável sede, pois hoje é a alma que, ressequida, carcomida, morre miseravelmente aos poucos.

Dor em toda a alma.

Um cansaço que abate, mas ainda sim, buscar forças para cavocar a parede deste cárcere até por fim encontrar a passagem, a libertação e alçar vôo pela plenitude.

Margot Jung
Enviado por Margot Jung em 10/10/2007
Código do texto: T688255