A morte é indecente

Diante da construção de um conceito novo de causa mortis nasce uma estatística. De um novo conceito nasce imediatamente uma estatística. A estatística do medo se propaga como pandemia. Uma doença que pega em alguns e mata. Muitos a contraem e voltam ao chope. Há um acréscimo de medo no mundo.

Esta peste é o fim da globalização após o vírus BREXIT. Números assustadores da morte ao vento correm em todos os canais. Espécie de colapso previsto nas obras de ficção. O novo vírus se estabelece e destrói a camada protetora de cada indivíduo, destruindo de modo visionário muitas horas diante do History Channel. O final de algo gigantesco é mais um fim do mundo anunciado. Foram muitos e Simone de Beavoir tratou deste tema.

Depois este evento não é global, de modo que global fosse corresponder a todos os lugares, indistintamente. A geografia ainda não noticiou a presença do novo vírus na Nova Caledônia. E se existe ainda não foi noticiado o que é grande falta dos apoiadores da grande pandemia global sem precedentes.

Não escuto falar nada sobre Kiribati. Em Alamagan tampouco. Inúmeros municípios vivem normalmente. Mas quando vergasta os caminhos da rota mercantil, poderosa, o mundo inteiro que a circunda cai em mortal susto; os que padecem sem conhecimento da síndrome, diante do clima tempo não divulgado de cada região afetada, sofrem de medo. A morte é indecente.

A curva esperada da estatística existirá na abstração das soluções de isolamento propostas. Do nada a única proposta é de fato um ato heroico e nunca saberemos da sua eficácia real. É como gritar para passar eclipse, e ele passa. Obtido o resultado o sol se abre. Sua colateralidade sim será facilmente sentida.

É o conflito entre o nômade e sectário. Os nômades modernos, incluindo turistas entre refugiados, foram enfim paralisados. A grande ordem mundial demonstrou sua capacidade de paralisar o mundo, mas não consegue impor-se ao tempo. Utiliza-o como cura. Este evento é um marco do fim da globalização como o início das grandes navegações é um marco do início da Idade Moderna.

A globalização acabou no couro vergastado do indivíduo. De cima para baixo o medo foi atingindo todos os conectados. Alguém em Malawi nunca ouviu falar que estão morrendo tantos de uma única causa onde inúmeros contagiados se salvam. Se alguém morrer de pneumonia na Antártida será o novo vírus.

A comunicação global promove uma compactação e prova seu poderia decretando seus avisos às massas. É mais uma desgraça ao mundo pobre. O desmembramento comercial sobre a desassistência da maioria, neste período fragmentado, promove o susto universal para medir as forças da lei do mais forte. O método mercadológico de análise diminuiu a intensidade da superprodução. Parar um pouco o mundo para acelerar a escassez e aumentar a lucratividade dos setores em expansão. Depois com data marcada virá a curva e a mídia global vai alterar o foco e modificar a sua pauta. A robotização completa começará sua vida sobre todos no lugar da globalização. A extraindividuação tomará seu lugar.

A globalização acabou ou se modificará no resumo do indivíduo isolado. Com as pestes ao largo da história ocorrem sempre às guerras insanas. Alguém gritará que os Deuses estão mortos (os pobres nunca conheceram muita gentileza por parte dos deuses) e surdos. Mais alguém nas Ilhas Kerguelas, lendo Sartre, compreenderá a estratagema das desgraças, na qual se debruça a existência humana. Simone de Beavoir dirá: filhos, vamos continuar como continuamos sofridos e doloridos após 1945. Tudo passa sobre a terra. Insisto: a desassistência sempre rogou, suplicou, gemeu por um cadinho de atenção social em meio ao hedonismo luxuriante. Não há nada de novo além das estatísticas movidas pelo medo unívoco.