Professor virtual?

Hoje vou descomover a data comemorativa do Dia Mundial da Educação. Tenho observado o quanto esta profissão é desvalorizada. Sei o quanto. Sei que empregam uma técnica especial para desvalorização da categoria utilizando a tática da “eterna especialização” do professor. Estas “especializações em abundância” pouco ou quase nada interferem na melhoria dos proventos. Assunto “tabu” raciocinar em melhoria salarial dos professores dentro das escolas. Muitos se calam com pretensões aos cargos individuais, secretarias, benefícios para misantropos nenhum botar defeito. Preferem a cor da síntese: Professor é atividade espiritual. A recompensa financeira deve bastar como está. E ele segue para ver como é que fica. Muitos envelhecem na maior desgraça financeira. Esquecidos. Formaram médicos, advogados, senadores, presidentes e uma grande gama de profissões que exploram o próximo até a raiz do lucro e da riqueza. O único que não explora ninguém é o professor. (Já escrevi diversas vezes isto). O Departamento de trânsito quando alguém é reprovado arrecada mais para elaborar o novo exame. (Sic) Professor elabora provas gratuitas tantas vezes quanto necessário.

Agora está na moda a ideia do professor virtual. Ninguém anunciou a verdade: o autodidatismo está em seu pico mais provocativo sobre a dimensão do conhecimento. O que temos no professor virtual é mais demanda das suas funções sem nenhuma compensação paralela. É bonitinho trabalhar virtual para muitos professores explorados. Na realidade compensam tamanha inferioridade com tecnologia onírica. É fantástico ver o próprio rosto no vídeo. O professor individual, caros Leitores, representa um novo tipo de exploração sobre uma grande falta de iniciativa interpretativa no que diz respeito a mais valia desta ação. Redobra o trabalho, atinge mentalmente uma descarga de nervos, esfuma a carga horária para qualquer hora do dia. Transforma o cérebro humano em “máquina computacional irracional” no que tange a ler (avaliando opiniões), responder perguntas de um grande número de alunos sobre apenas um indivíduo¹. Que indivíduo é este? O coitado do professor. Sem contar o desgaste moderno temos a questão das doenças visuais. É de enlouquecer. Mas é bela a vida virtual, sem resíduos.

A profissão de “professor virtual” é diversa daquela do “professor presencial”. Admitam isto exploradores de plantão. Ambos valorizados por atuações distintas seria uma expansão tecnológica digna. É covardia institucional explorar ainda mais uma categoria tão oprimida. Cabe discutir qual é a mais eficaz porque devagarinho estão encaminhando e empurrando lentamente consciências boas, entretanto fracas de crítica, para a “exploração feliz” da atuação profissional “virtual grátis”. Há professores felizes explorados. Basicamente aqueles com tendências progressivas a ingenuidade ou com pouca necessidade real de fundos para nutrir a existência.

Neste dia do calendário universal a representante da educação brasileira jamais falaria na humilhante remuneração desta classe. Os grandes meios de comunicação de massa evitam falar em remuneração porque rico não gosta de falar em dinheiro. Dinheiro de verdade para professor é tema tabu, uma espécie de perversão desconfortável, correto é caraminguá miudinho. Na época da “peste virulenta” a tendência do professor em ministrar suas aulas on-line é ridícula no que tange a concorrência com milhares de vídeos temáticos previamente lançados no ar. Seu papel seria o mesmo que lançar links para que os petizes se divirtam, clicando eternamente, até compreender que poderá conhecer tudo através do motor de busca. A “vaidade do saber” imposta pelo “sistema de informação”, e não pelo “sistema de educação” é vívida, cavando abismos, além da insossa relatividade falseada graças ao conteúdo real. Estão todos anestesiados pelo onirismo proposto pelo novo produto de mercado. Quando esta paixão global e coletiva terminar² a profissão de professor terá se extinguido. A misantropia terá vencido todos os esforços de coletividade graças ao controle social do indivíduo à moda Malraux. Os donos do poder exclamarão: graças a Deus! É o fim da formação do homem crítico!

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1 – Quando terminei minha pós-graduação descobri que as respostas eram padronizadas, nenhuma das minhas inquietações respondidas, apenas um obediente e maquinal graduando postou “míseras conclusões” transferidas das leituras propostas. Definitivamente o aprendizado é ruim dentro da plataforma. Experimental, fraco, pouco dinâmico e sem graça nenhuma. Já os pobres professores acumularam milhares de interferências sem respostas à grande demanda. O grande grupo venceu acriticamente passando do terceiro-mundo para a experiência da maravilha moderna em que do nada fora inserido.

2 – Será substituída por uma nova modalidade lucrativa e inventiva.

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