O tempo e eu

Outro dia encontrei uma amiga de longas datas, que há tempos não a via, que, tão logo me cumprimentou, fez uma observação pessoal e, em seguida, emendou com uma pergunta:

̶ Como você está bem. O que anda fazendo?

Fiquei contente com o elogio feito na observação pessoal, e respondi com outras duas perguntas, a sua indagação:

̶ Como assim? O que você quis dizer “como o que eu faço para estar bem”, em que sentido?

E ela se explicou: “O tempo parece não passar para você, continua do mesmo jeito”. Ri, não ia lhe perguntar mais nada, pois aí seria presunção demais da minha parte. Ponderei, por outro lado, pois avaliei que deve ser o bem-querer e a satisfação de nos reencontrarmos, para tal afirmativa.

Depois, sozinha, pensei comigo mesma: Humm! Acho que o comentário elogioso de minha amiga deve ter sido pelo fato de, mesmo com o passar do tempo - leia-se anos de vida -, ela ter observado que continuo com o mesmo estilo de vida, aquele que optei há alguns anos, desde que nos tornamos amigas e, agora, na maturidade, eu continuo mantendo a mesma postura diante da vida, das pessoas, das situações, mantendo-me simples, alegre, comunicativa e de bem com a vida.

Realmente, estou sempre disposta. Nunca desanimo e procuro manter meu olhar com esperança, aprendendo a me adequar aos novos contextos, sem lamentos, optando por viver intensamente o que me é permitido, com gratidão, humildade e ética, como princípios que me norteiam desde criança.

Sei que ela percebeu as marcas que o tempo imprimiu em minha aparência física e estética, no entanto, o fato de outra pessoa achar que, mesmo na terceira idade “eu estou bem”, quero crer que se dê pelo fato de eu ter, desde algum tempo atrás, adotado como hábito, fazer escolhas que me proporcionem qualidade de vida, saúde e bem-estar - físico e emocional. Obviamente, que esses cuidados devem contribuir para que eu tenha uma postura adequada diante de cada fase da vida, o que inclui, desde as escolhas de como me portar diante as adversidades, àquelas que aprimoram o meu modo de ser e viver, com elegância e dignidade, com amor próprio, que me dá segurança e equilíbrio.

Lembrei, também, que os tempos modernos oferecem oportunidades de aprendizagem sistemáticas em todos as áreas do conhecimento e, neste sentido, eu procuro me manter atualizada, não só no que se refere a cultura em geral, no entanto, tenho aprendido a respeitar e conviver com as limitações impostas pelo tempo, com isso, mantenho cuidados preventivos com a minha saúde, incluindo a prática de atividades físicas, assim como, estou sempre atenta ao modo de me vestir adequadamente à minha idade, sem aderir aos ditames da moda, sem deixar, claro, de valorizar o meu estilo. Achei conveniente aprender, com dicas atuais, para me maquiar, de modo que possa me apresentar “bem”, de acordo com a harmonia que pede a ocasião e a imagem que quero ter, diante mim e da sociedade.

Assumo! Gostei de reencontrar essa minha amiga, depois de alguns anos, porque assim reafirmei minha convicção sobre minhas decisões, entre outras, a de viver com sabedoria e leveza no tempo presente, já que ele pode ser breve. Ah! O tempo é relativo, e eu vivo o meu.

Ieda Chaves Freitas
Enviado por Ieda Chaves Freitas em 24/05/2020
Código do texto: T6956797
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.