Como Ser um Bom Observador: 10 Passos (com Imagens)

DIUTURNO
 
Era somente um homem comum caminhando pelas ruas, olhando para os lados, mãos cruzadas nas costas, observando detalhes das casas, das pessoas que passavam ocupadas ou preocupadas com seus problemas. Seu porte esguio,  alto, vestia-se bem, paletó desabotoado, sem gravata e calçando sapatos, coisa rara hoje, que a prevalência é a do tênis ou dos chinelos Havaiana. Observava as vestes de cada um, o calçado, a postura, a cor dos cabelos, coisas assim. Ninguém lhe dava importância e, ele, não se preocupava em chamar a atenção embora fosse observador.

Pensava: “Por que vejo tudo ao meu redor? Por que observo cada transeunte e tento reconhecer-lhe na expressão facial, seu modo de se vestir e de se comportar um pouco de seu eu? Por que ninguém me percebe com o mesmo olhar?” 
Seria ele um estranho ser, diferente dos demais? Talvez sim, por perceber a vida em seu entorno, enquanto muitas pessoas passam pela própria existência sem saber o que é viver.

A vida está em detalhes que lhe dão sentido! Nas entrelinhas dos textos, das histórias das pessoas, há um espaço que nem elas reconhecem (ou não querem perceber?)! Neste espaço tão pequeno e tão elástico, há uma emoção guardada, um sorriso que se esqueceu de se manifestar, uma palavra que não foi dita, um desejo que não ousou sair do seu reduto e se realizar, por ser uma ousadia abafada, acanhada e tão presa em si mesma que se deformou. Há ainda o amor que não teve a coragem de dizer a alguém que estaria ali, guardado à espera de um amor também! Quedou-se calado e nunca viveu. Que pena!


Continuou caminhando enquanto via aquela criança correndo à frente dos pais ao sabor de atrevida aventura. Feliz, dava risadas em vê-los correndo para alcançá-la. Que momento lindo da família! Ah! Aquele senhor de chapéu, sentado no banco da praça, cuidando dos pombos que se juntavam para apanhar suas migalhas de pão. Não tinham receio de se aproximar daquele amigo de todos os dias! Interessante! Todos os pombos eram da mesma cor, de penas acinzentadas e mescladas com algumas negras. Nenhum pombo totalmente negro. Ora! Onde andariam também os brancos pombos da paz?

Mas a jovem, de feições bonitas, tinha longos cabelos soltos e brilhantes, parada no meio da calçada, olhando para os lados. Parecia aflita, olhando o relógio da torre e o que trazia no pulso, talvez ansiosa por uma diferença de minutos. Esperaria por alguém? A espera é incerteza... pode ser angustiante diante da  ausência indefinida e, quem sabe, infinita! No entanto, quando a expectativa se transforma em realidade...Hum! Pura felicidade!

Olhou para o mendigo que sempre encontrava sentado no cantinho da escadaria da Igreja, esperando ganhar uma moeda! Onde moraria? Ora! Que pensamento bobo! Nem casa teria! Provavelmente era um morador de rua, entre milhares de outros que vivem da caridade alheia que nem sempre se manifesta. Deixou-lhe uma moeda e seguiu em frente, pensando em como a vida de muitos se repetia sem alternativas, numa rotina imutável ... interminável! Era como se o tempo estivesse parado, porém o relógio da torre continuava movendo seus ponteiros!

Olhou para traz e viu um jovem correndo ao encontro da garota que ansiosa vigiava os minutos passando! Gostaria de ter visto o brilho dos olhos dela!

Observando cada pessoa que passava, pensava em tudo isto e deixava que os olhos passeassem pelos locais onde seus passos não poderiam pisar, ou impossíveis de serem alcançados pelas suas mãos. Mesmo assim, tocava-os com o olhar que captava imagens e era capaz de desenhar um cenário vivo do qual se lembraria depois. Poderia descrevê-lo nas páginas de seu diário e... quem sabe, transformá-lo em uma crônica?

Najet, 25/01/2020. Editado em 24/05/2020

Como Ser um Bom Observador: 10 Passos (com Imagens)
Fonte: wikihow
Najet Cury
Enviado por Najet Cury em 24/05/2020
Código do texto: T6956836
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