Parte I – A angustia de ser o que não se é

Na madrugada que antecede o fim de ano, depois de esta numa mesa cheia de comida, helena sente-se vazia, triste e melancólica está farta das pessoas que a cercam. Possuída de um desejo de morrer, como remédio vai para sua casa, seu lar é um universo de tempestades, mas mesmo molhada gosta de esta sobre o escuro do seu quarto. Chegando no seu apartamento, é recebida por seu gato, ele assim como ela é bastante observador, manhoso e triste. Quando ela sai não sente falta, vai fazer o que deseja, é dono de si mesmo, já foi capaz de descobrir a si próprio. Mas sua dona está em busca de se encontrar, por isso pega-se na madrugada angustiada, olhando para o teto do seu quarto, consegue observar sua vida tenebrosa e mesquinha que foi capaz de construir até então.

Depois de horas mergulhada na profundeza de suas emoções e dos seus pensamentos. Seu corpo sente o cansaço do mundo que a cerca. Pega-se num sono profundo. Geralmente, o peso desse mundo acaba por ocupar os seus sonhos, dessa vez, ela está num lago o seu corpo sente a pressão devido a profundidade, tenta gritar mais somente sente o gosto da agua que ela bebe a anos, aos poucos vai ficando sem ar, sem forças e acorda num susto, já é hora de ir ao seu trabalho.

Helena é uma jovem negra de 22 anos cursando seu último ano de filosofia, tem a saudade debilitada, desde que ela viu o seu pai doente psicologicamente matar sua mãe na frente de sua casa, quando tinha 12 anos, esse fato marco sua personalidade, suas relações e o desprezo pelo ser humano. Passa horas pensando enquanto odiava os humanos, mas sentia pena dessa espécie que pensa que é deus. Criando assim um boneco imaginário de estimação e refúgio de suas misérias. Assim, levanta-se liga o seu som, coloca uma música que faz se sentir bem, no único momento do dia.

Desde da sua morte dos seus pais, tem o silencio e a solidão como seus leais companheiros. Mesmo sendo protegida e acolhida pelos seus avos. Ficava horas distante de si mesma. Quando completou 18 anos decidiu ir para outra cidade, longe de seus conhecidos, mantinha-se com uma pensão que recebia devido a morte dos seus pais. Todos esses pensamentos a sufocava tendo constantes crises, então depois de terminar o seu banho. Vai para a universidade, era extremamente inteligente, observadora e questionadora. Chegando em suas aulas batia uma angustia, aquele ambiente sufocava sua mente, sua potência e vontade. Geralmente, devido sua personalidade acida acaba por manter quem ama distante de si, tinha conflitos com os seus amigos.

Certo dia, cansada do vale dos mortos sabedores, resolveu ir para frente de sua cidade, do qual poderia observar o rio e a mata. Chegando na praça, sentou-se sobre uma grande pedra, próximo de uma bela arvore, ficou observando o rio, o vento forte sobre o seu rosto, a brincadeira de equilibrou dos pássaros e pensou:

- os pássaros mesmo tendo o limite que o mundo e a região os impõe, onde estão habituados, são os mais livres entre nós, os humanos mesmo tendo a possibilidade de romper sua condição, ir ao espaço, poder prolongar sua vida e entre todos é o mais miserável.

De sua longa e dupla caminhada, entre os seus pensamentos e o cansaço do seu corpo pela cidade. Volta novamente ao seu apartamento que fica na zona sul de sua pequena cidade.

Vivendo nessa vida monótona, passa horas ouvindo música e lendo. As palavras que saem de sua boca, são capazes de gelar o coração das pessoas que rodeiam sua vida. Assim podemos imaginar, a potência e a clima que os seus pensamentos moram. Numa região de um inverno rígido e assustador. Como ela as vezes diz sobre si mesma: A minha mente é um universo de monstros que sabem dançar, são belos e assassinos simplesmente por saberem que existem.

Entediada com os seus próprios pensamentos e sentimento, dentro de si não existe o desejo de viver, sente uma forte dor que a destrói por dentro, sente o peso da morte de seus pais, sente o nojo que sente pelos humanos, sente ódio de si mesma. Lagrimas caem sobre sua cama. O gato, seu único companheiro, sabe que o peso do mundo está sobre o corpo de sua amada. Seu gato, se direciona ao seu rosto, lambe suas lagrimas, e olha fixamente nos seus olhos. Como se quisesses dizer:

- o mundo não merece suas lagrimas, seja forte e seja a assassina dos teus medos e o que te causa tamanho sofrimento.

Ela como entende-se a mensagem do seu gato, coloca a mão sobre ele, em alguns minutos entra no seu sono profundo, como tentando ir para outro mundo, fugir de si mesma, fugir da sua dor.

Clei Rocha
Enviado por Clei Rocha em 25/05/2020
Código do texto: T6957808
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