Em Tempos de...Discutir Qualquer Relação

Lendo uma antiga entrevista que o médico e escritor Dráuzio Varela deu para uma revista, (ok foi na Marie Claire; E, sim; eu a leio ás vezes), creio ter encontrado a definição mais simples; quase exata sobre o sentido de manter-se uma relação:

"uma relação tem que servir para tornar a vida dos dois mais fácil".

Vou dar continuidade a esta afirmação porque o assunto é bom e merece ser desenvolvido, discutido e falado...É triste saber que algumas pessoas mantêm relações para se sentirem integradas na sociedade, para provarem a si mesmas que são capazes de ser amadas, para evitar a solidão, por dinheiro ou por pura preguiça. O que é triste constatar; a maioria destes estão fadados à frustração...

- Uma relação tem que "servir" para nos fazer sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, cansadíssimos...

- Uma relação tem que "servir" para termos com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto preparamos uma omelete, para termos alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio; E, sem que nenhum dos dois se incomode com isso...

- Uma relação tem que "servir" para, às vezes, nos estimular e nos incentivar a nos produzirmos, e, quase sempre, nos estimular a sermos do jeito que somos, de cara lavada e bonita ao nosso modo.

- Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa; aliás; principalmente em casa...

- Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair...

- Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume somente aos dois.

Descrito assim por mim parece tão simples...

Tânia Aranha
Enviado por Tânia Aranha em 10/11/2005
Código do texto: T69613