A Queda (II)

Ao me deparar com um texto que desperta interesse em mim, tento praticar a intertextualidade de forma (e – por que não? – de conteúdo). Quase que faço isso com o início de "A Queda", de Camus. Os trechos iniciais despertaram em mim esse sentimento. O problema é que se trata de um erro, do tipo "Monkey see, monkey do" ("O que eles veem, eles imitam"). Não podemos nos limitar a re-produzir (diferentemente de "reproduzir") bons textos (Camus é um exemplo de Bom Produtor de Textos), mas, no máximo, termos neles uma influência à nossa escrita. Precisamos desenvolver o nosso estilo. Se, por outro lado, não contarmos com um background sólido (leitura de qualidade/quantidade), em que guardamos nossas interpretações das publicações que lemos, jamais escreveremos uma linha sequer. Havemos de ler cem páginas para escrevermos um parágrafo razoável. Não é, para ser honesto, o que ocorreu comigo. Li muito pouco em minha vida (para cada livro que li, escrevi umas dez páginas; meu pai, a cada livro lido por mim, leu ao menos outros dez...), mas com foco na aprendizagem e no peso do que eu por ora lia. Minha atenção era focada em cada frase lida, para depois pensar em voz alta e escrever algo. Hoje isso não mudou muito não. O desejo de escrever ainda supera o de ler.