Tempos difíceis, lideranças medíocres

Em 1920, a população do Brasil era de 30 635 605 de habitantes.

Contabilizávamos

então cerca de 35 mil óbitos, vitimados pela Gripe Espanhola (também um vírus Influenza, como o atual COVID19).

Isso equivalia ao perecimento de cerca de 0,11% da população. Os recursos na área da saúde e infraestrutura de então eram extremamente precárias. Hospitais eram as Santas Casas, normalmente fundadas e administradas por religiosas católicas em missão e dedicação total. Todo esse sofrimento deu motivos para que se criasse no país uma forma melhor de atender a população nas questoes de saúde e seguridade social, surgindo assim um sistema, o qual foi evoluindo, hoje conhecido como SUS e INSS. Não é aquela maravilha, mas é um sistema que tem despertado algum interesse de outros países. Há que se convir também que não acompanhou o aumento populacional e a economia no país sempre foi precária.

A única forma de conter o vírus naquela ocasião foi o isolamento e cuidados preventivos semelhantes aos que hoje são recomendados, com ênfase à higiene e distanciamento social.

Um século depois, nos defrontamos novamente com um vírus da mesma família influenza a dizimar milhares de brasileiros, cujos óbitos já ultrapassaram aquela marca. Hoje o país conta com uma população de cerca de 210 milhões de brasileiros (as). Esperamos que os cuidados de hoje não nos deixe atingir o mesmo percentual de vítimas, fato este que nos levaria, proporcionalmente, à cerca de 240 mil óbitos a lamentarmos!

A persistir essa enorme ignorância e negacionismo, achando que se trata apenas de uma “gripinha”, teremos uma imensidão de lares e famílias marcadas por essa pandemia, cujo vírus não faz a menor distinção de que partido são, religião, situação social, e demais “coisinhas” que aos falecidos não tem mais nenhuma importância...

Cuidem-se porque, diferentemente de 1 século atrás, que matou até o Presidente eleito Rodrigues Alves, hoje temos um maior número de ignorantes, de gente que prefere tornar tudo um fator político, falta-nos liderança no âmbito federal, desdenham da sorte desafiando o virus e incentivando seus seguidores incautos aos mesmos expedientes irresponsáveis, buscam “bruxas” a quem depositar “culpas” e esconder a idiotia e a mediocridade, tentando transferir responsabilidades à governadores e prefeitos, mas colocando sempre chicanes nas decisões, além de contrariar recomendações de proteção, desafiando autoridades da área da saúde, enfraquecendo o sistema com inconsequentes trocas de ministros, etc... Prefere praticar o acirramento do ódio, demonstrar a imensa falta de empatia, e, paradoxalmente demonstrar religiosidade com slogan ”Deus acima de tudo”, sem ao menos se condoer pelos brasileiros que partiram e manifestar condolencia as famílias enlutadas.

Antes disso prefere a cada dia criar desnecessariamente obstáculos à ciência e criar animosidades diversas aos que querem informar a população, truncando e dificultando números que orientam medidas sanitárias de controle. Desinforma praticando o charlatanismo quando “receita” medicações ainda sem a devida comprovação de eficácia. E, agora, para reforçar sua idiosincracia, incita apoiadores a invadir hospitais de campanha estruturados pelos governos está duais, para comprovar suas teorias de que o vírus e uma falácia daqueles que lhe são contrários. Por essas e outras, há os que acenam no horizonte com um processo de impeachment e julgamentos internacionais por genocidio.

A falta de uma simples palavra aos familiares dos mortos, ao invés de responder com um “e daí “ ou “saia daqui” para os que querem sensibilizá-lo em cruciantes momentos, são inequívocos sintomas de uma psicopatia latente e perigosa que ora se manifesta, em perigo à toda população!

Difícil mencionar todas as impressões que são deixadas entre todos os brasileiros, incluindo aqueles esperançosos que lhe depositaram o voto na eleição de 2018, e que ora lamentam que naquela oportunidade não tinham melhor escolha a fazer! A mim nada disso surpreende, ja que olhando a vida pregressa do candidato nada consegui encontrar que fosse elogioso, ao contrário, só uma sucessão de desagravos, ofensas, provocações e coisas desabonadoras típicas do chamado “baixo clero” da Câmara dos deputados. Não condeno esses eleitores por isso, antes, convoco-os a somarem esforços para que a nação consiga superar esses momentos tão difíceis que a sociedade enfrenta e ainda sofrerá com uma depressao econômica sem precedentes.

A sociedade há de cobrar toda essa desfaçatez no momento oportuno!

Got save our country!

MARCO ANTONIO PEREIRA
Enviado por MARCO ANTONIO PEREIRA em 10/06/2020
Reeditado em 12/06/2020
Código do texto: T6973524
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