Odisseia da ilusão e da realidade humana. 1ª Parte

1)O que é o Ser , abstruso arrevesado humano?

"Não somos apenas o que pensamos ser.

Somos mais: somos também o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos sem querer"

Sigmund Freud.

"Que quimera é o homem! Que novidade, que monstro, que caos, que contradição, que prodígio! A glória e a recusa do universo. Quem pode dar ordem a essa confusão"

Blaise Pascal.

"O que é o ser humano ?

Do que é composto este ser deslumbrante, imperioso imprescindível, e escravo?"

Anfigúrico multíplice cabal.

Uno?

duplo?

Ou triplo ?

O que é este ser?

Do que é composto esta obra prima? trina facetas interligadas, de onde vem sua forma pré estabelecida? e sua intrínseca imatéria dupla e invisível?

Tudo em um só; camadas descontínua e Contíguas ao mesmo tempo, dando formato, sentido e propósito.

Na unicidade:

conglomerado de moléculas, partículas, células, algo insignificante para o "intangível" ou ao cognitivo, simplesmente formato, essencialmente cápsula, aparentemente roupagem.

Forma ilusória composta de miligramas de partículas do real. Pequenas peças do mundo realista.

Na sua duplicidade:

Perceptível de visibilidade e/ou efeito, compostos tangíveis manipuláveis, e/ou de essência invisível, dando sentido para a ambiência "naturale" e compartilhável.

Elementos intrincados, melindrosamente e "mecanicamente" perfeitos, quase autômatos programáveis.

Na sua triplicidade:

Reside o mistério, uma preciosa particularidade mística, cenobítica oculta no recôndito do amago central, com densas brumas sobre um cabedal no "fim do arco íris", uma região de "verdades" e de beleza eternas, acima do destino e das vicissitudes deterministas, contínuas e tediosas, do opulento e agorento destino cômico.

Nefasta faceta da humanidade como se descobre o propósito?

Neste aglomerado intrínseco e complexo, de elementos embrenhados entre si, esta constituição trinitária, unicista ou dualista.

Um caos ambulante, de uma guerra constante em dupla dimensão, um pacífico armígero, de dois mundos cercados de liça pontiagudas e ocultas, sempre em busca de harmonia de sua Trindade egocêntrica, em um itinerário inquirição incorreta, uma busca de respostas enigmáticas de fragmentos incompletos no mundo "externo".

Com ferramentas da "apoteose" inalcançável, um verdadeiro e oculto poder latente da deidade criadora:

Mente, ideia, raciocínio, memória, sentimentos,emoções, desejos, intuições, consciência, inconsciência, subconsciência etc

Preso externamente, dominado internamente, ocupado sensitivamente num processo temporal, acelerado e ilusório.

Um cativo do tempo e do espaço,um prisioneiro da matéria, a substância extensível, divisível, que pode ser pesada e suscetível de tomar todas as formas, é a causa permanente de todas as sensações.

Por ser domado por impulsos, pensamentos e hábitos incongruentes, feitos de "barro" sobre o forno do sol fictício, e ser um faminto glutão de alimentos morbíficos composto de emoções espectrais, fica a merce de "deuses de pó", símil em suas naturezas.

Não conhecer a "si mesmo" é permanecer neste ciclo vicioso, destrutivo e acelerador da própria decadência.

Engabelado por estes entes símiles, os dominadores vitoriosos da própria tripartida dualista unicidade, se colocam como escravagista das mentes estultícias.

Os manipuladores que mesclam o "real" com a "ilusão", os arquitetos das imaginações, detentores do código mental.

Fileiras de seres caminham cegamente em sorrisos mórbidos cumprem satisfatoriamente ao destino fajuto e manipulável, rumam ao abismo denso, mais negro do que a suas rotas.

Saem de seus casulos programáveis, em continua missão determinada, alguns poucos "defeituosos" saem com fagulhas adormecidas no secreto do ser, fagulhas pontiagudas que não tardam para alfinetar exigindo alimento de luminescência, estes desprimorosos já nascem na aventura e no desligamento umbilical saem do casulo para conversão, ou para morte prematura de um ser inerte.

O desafio está na maturidade dos pequenos passos dado na penumbra, pouco iluminada por estas fagulhas.

O "imperfeito" se ilude, estagnado se decompõe, se desfragmenta, se perde para se achar.

À sua estultícia o homem chama destino.

- Homero

Continua...