Não tem sexo
O amor é uma essência que adentra o ser da criatura mais pura, restitui a alma, dilacera corações e no fim renova-se.
A arte liberta o ser humano de si mesmo.
E a gente descobre que não tem sexo, que somos simplesmente uma tela viva.
Onde a arte pinta e faz acontecer aquilo que é necessário para transformar o mundo à sua volta.
Estar maquiado e vestido de mulher não me faz sentir vergonha e sim orgulho em dizer que estou fazendo arte, tornando-me uma tela viva em prol de um processo que pode não só transformar a realidade teatral, mas a realidade de um mundo.
A cada processo que desenvolvemos, descobrimos que existe uma energia maior que está dentro de nós.
Quando atingimos o encontro com essa energia, é possível compreender o todo enérgico que nos circunda.
E assim construímos um contexto de energias, um contexto de coexistência, compreendendo que somos o todo dividido em um eu menor.
A arte é tão grandiosa, fabulosa, que nos faz transver essas possibilidades, e nos leva a visualizar caminhos com probabilidades inimagináveis.