Um dia de chuva

Sabe meus queridos, duas coisas tenho pedido ao Criador: Um lugarzinho no Paraíso e que até o findar da minha peregrinação, conceda-me inspiração para escrever minhas crônicas. Mui prazerosamente ser-me-ia saber que no porvir, algum neto pudesse ler as minhas peraltices. Oh desculpem-me, acabo de cometer uma gafe, rs. Lembrei que não tenho filhos, como haver-me-ia terem netos?  Todavia, pensando bem, posso não ter filhos de sangue, mas com toda certeza, devo ter alguns filhos adotados pelo coração.
Vinte minutos faltava para as nove horas. Foi nesse exato instante que me despertei. Uma leve garoa caia, lavei o rosto, tomei meu café tradicional. Tem pessoas que na parte da manhã, apreciam mais o jejum. No meu caso, é o contrário, assim que desperto, preciso lanchar. Eu diria que fico sem almoçar, mas não fico sem o meu break-fast. Sacramentado essa rotina, enquanto o meio dia não chega, para fazer minha caminhada, dou prosseguimento na leitura do livro “O Seminarista” de Bernardo Guimarães.
A hora chegou, começo a caminhar. O céu com imensas nuvens acinzentadas, não demorou muito, começa a pingar. Na chuva, vou chutando as marés que desfaleciam aos meus pés. Lembranças vinham em minha mente, dos tempos de infância, quando na chuva, ficava na rua pisando nas poças. Logo me deparo com quatro bem-te-vis, pode ser dois casais ou uma família.
Prosseguindo minha caminhada, vejo dois rapazes jogando bola. Se fosse no início do século passado, ousar-me-ia dizer que eram dois cabras-machos, mas agora, de repente, podem ser dois cônjuges apaixonados. No dia de hoje, se num canto, ainda mais desprovido de uma boa luminescência, você encontrar dois homens conversando, provavelmente dirão que são dois gays. Ah que saudades de outrora! Tempo que podíamos conversar, sem preocupar com o julgo do preconceito.
Logo acima, vejo um solitário pescador na praia, insistentemente com sua rede, na expectativa de angariar alguns peixinhos. Em compensação, volvo meus olhos para o mar, e vejo dez barquinhos, no mesmo propósito. Logo em frente, passa por mim um casal em boa forma, se não fosse a pandemia, poder-me-ia dizer que são sarados, mas vai saber, rs.
Quase findando a caminhada, um buggy passa no maior embalo. Encerro a caminhada, despedindo-me do mar, e parto para casa, inquieto para usar o notebook .

 
Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 04/07/2020
Reeditado em 07/09/2020
Código do texto: T6995487
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.