HAJA ANALGÉSICOS!

Por que será, que à medida que vamos crescendo, nos tornando aquilo que comumente chamamos de “adultos”, ficamos cada vez menos felizes e mais amargos?

Por que será, que temos a mania de acreditar que para ser adulto, devemos parecer adultos, com aquelas características que não sei quem determinou como sendo obrigatórias em adultos: devemos constantemente estar super atarefados e conseqüentemente estressados, e assim, tendo tantos comportamentos que nada mais são, do que atitudes que muitas vezes nos fazem tão tristes, reprimidos, amargos, com o corpo tensionado,enrijecido. E o que é pior, doentes!

Aliás, haja analgésico para tantas dores!

Quem determinou, por exemplo, que para se ter responsabilidade, não se pode ter felicidade, ou pelo menos não se pode demonstrar tê-la? De onde vem a idéia, de que uma pessoa eficiente não pode estar constantemente sorridente? De quem veio a ordem, de que para se ter uma conversa séria, é terminantemente proibido sorrir?

Que mania é esta, que tantos “adultos” insistem em ter, de demonstrarem imensa ansiedade e irritabilidade, toda vez que assumem algum compromisso?

Por que as pessoas insistem em relacionar responsabilidade com irritabilidade e ansiedade? Será que estas pessoas não conseguem perceber que podemos perfeitamente cumprir os compromissos que assumimos com serenidade, com alegria e suavidade?

Fica parecendo, que à medida que as pessoas crescem, elas diminuem o espaço na vida para a felicidade, e o mais preocupante, é que as pessoas insistem em demonstrar que são “crescidas” e “adultas”, cada vez mais cedo!

Ao que parece, a alegria, o sorriso e o sentir-se bem ficam condicionados a tantas coisas, que quase chegam a ser inatingíveis: o extrato bancário que não está como eu queria que estivesse, o ambiente de trabalho tenso, pois ali é um local onde transitam pessoas “adultas” e portanto com imensa responsabilidade/ansiedade, os inúmeros compromissos que se obrigam a assumir, para provarem que são pessoas “sérias e eficientes”. E não podemos nos esquecer também, da dependência da eficácia dos analgésicos, dos tranqüilizantes e dos antidepressivos!

Os adultos insistem em continuarem o faz de conta da infância, só que fazendo de conta que são responsáveis neste mundo de pessoas “crescidas, produtivas e maduras”, e se maltratam com constantes dores, as mais variadas, e desencadeadas pelo corpo rígido, pela tensão, pela ausência do sorrir!

Vale lembrar que, independente de você se sentir feliz ou não, de você se permitir sorrir ou não, o dia vai amanhecer, a tarde vai chegar, e a noite irá acontecer! Pena que existem pessoas que tentam ignorar isso! Perdem muitas vezes a chance de viver, e passam por aqui, negando a vida, perambulando, rígidos, como fantasmas tristes. Mas responsáveis e eficientes! E conseqüentemente doentes!

Maria Aparecida Francisquini

Francisquini
Enviado por Francisquini em 20/10/2007
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