BRINCANDO NA RUA

Cresci feito um moleque, brincando na rua.

Naquele tempo as crianças brincavam muito. Parecia que estávamos protegidos das maldades do mundo.

Cresci num bairro pacato e as crianças eram tão felizes.

Lembro bem do rosto de cada amiguinho; das nossas brincadeiras; da pureza que existia em nossos corações.

Alguns fatos foram marcantes.

Como um que vou contar agora.

Eu jogava vôlei na rua com um amiguinho e de repente bati o dedo em seu rosto, bem próximo ao seu olho.

Meu Deus! Quase morri de aflição.

Ele chorou um pouco e eu não sabia como agir, eu o acariciava, tentava consolar. Dizia que ia chamar minha mãe para examinar.

Enquanto eu tentava consolá-lo ele me garantia que não tinha acontecido nada.

Mas na minha cabecinha infantil era algo grave.

O nome dele era José Osmar.

Realmente não foi nada demais e logo já estávamos continuando nosso jogo.

Para onde foi José Osmar?

Não sei.

A lembrança ficou, a sensação que tive, o medo de tê-lo ferido mesmo sem ter a intenção.

Há coisas que guardamos eternamente no coração.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 04/08/2020
Código do texto: T7025930
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