VIVA O POVO BRASILEIRO

Ginga

De há muito vemos o Brasil como um país misto donde várias culturas se encontram tornando - se 'únicas' ao passo que a herança maior advém dos portugueses nativos. O linguajar brejeiro, por exemplo, chama - nos atenção.. Por que? Sons e palavras diferentes daquele que escutamos ou conhecemos no nosso dia a dia não menos importante que as demais matizes da lingua falada/escrita. Seria, pois, o chamado 'patrimônio imaterial' fazendo par com as demais 'pérolas' colocadas ao alcance de todos nós.

Dentre outros falares havemos de ter o 'africano' pouco mas saliente tido nos filhos, netos e outros descendentes dos negros (escravos). Deles herdamos a saborosa 'fejuca' feita com toucinho de porco, folha de louro e cebola roxa. Eles juntavam o resto de comida vinda da casa grande e numa panela untavam esses alimentos dando origem á feijoada tradicional. Algumas outras novidades como o fabrico de objetos para caça e pesca. Tudo isso deixado como legado na época das colônias exploradas e/ou ocupadas pelo homem branco. Essa gente aguerrida, apesar de ter sido escravizada por longo período, deixa - nos a marca do seu brilho/trabalho inviolável.

O povo é rico em sua tradições que resistem no tempo caracterizando, como pano de fundo, 'arte e fé' tidas no folclore nacional. O que parece estranho para uns é comum á outros tantos que vêem sentido na cultura popular. É, sem sombra de dúvidas, a parte boa da nação enxertada pelo dom natural. Um olhar muda tudo! O entendimento nem sempre é o mesmo dada à vivacidade do imaginar criativo. A música alegra, o pote de barro enfeita. Tendes argila, brocados, cestos de vime, linhaça, coco verde, palhoça, borracha (seringueira) etc.. E aquela poesia? Toca sem toque a sensibilidade de quem deseja tocá - la. Do chapéu com flor ao sorriso ardido da mucama.. Dentes alvos como o marfim.

O solo é tão bom que de tudo produz. Serve - se ainda de céu azulzinho, cor de água, pingado por algumas poucas nuvens. Plantas de diferentes espécies formam esse maravilhoso conjunto de raridades - muitas delas perdidas - na imensidão das matas virgens. Rios de águas límpidas correm sob pedras, árvores e montanhas. Tem gorjeio de pássaros grandes e miúdos volteando aqui e acolá. Quantas coisas bonitas sobre esta terra colonizada por volta de 1.500. Chama - se Brasil desde o dia que o vimos pela primeira vez.

Thiago Valeriano Braga