Remember
Interessante como despertei para uma coisa que estava todo tempo ao meu lado e me passava despercebida. Com isso não aproveitava esses preciosos momentos e por que não dizer raros momentos.
As pessoas falam poesias em conversas coloquiais sem perceber. Se estivermos atentos e com nossos “sentires” aguçados poderemos assim captar, produzir, e publicar algo de útil para o deleite de todos. Uma frase aparentemente inocente dita pelo interlocutor pode torna-se um belo poema. Há poesia a nossa volta até no concreto cru. Certa feita, da janela do meu quarto, percebi a força de vontade de uma flor que nascia na escada de concreto armado, nascendo assim o poema Poesia Concreta.
Sou a vontade do mato verde
Que teima em nascer
No chão de concreto nu.
Em uma noite qualquer sentado na área externa do prédio, distraído observava o retorno das pessoas do trabalho para suas casas quando fui abordado por um amigo.
- Como vai você Gutemba? Tudo na normalidade? – perguntou-me Edinho sentando-se ao meu lado querendo um dedo de prosa.
Olha rapaz!- Olhando este povo sofrido passar acabei sentindo o quanto estamos mal no geral.
- Esquenta não cara! – Hoje quem comer uma vez no dia deve por o joelho no chão e rezar.
Foi como um estalo. Percebi ali que o amigo tinha acabado de falar poesia nas entrelinhas sem intenção. Juntei isso á lembrança quando via todas as pessoas entrarem na fábrica olhando para o alto observando os vasos, reatores e torres, não olharem o chão coberto de tantas flores. Com um lápis e um papel branco nas mãos, corri para tecer os versos do belo poema VIDA abaixo transcrito. Aproveitei o mote e dediquei o poema à amiga Tavinha residente em Natal no Rio Grande do Norte pela passagem do seu aniversário.
Vida
Quando acordares, estejas no teu MELHOR EU.
Tens o orvalho da manhã que te cobre o rosto;
Tens as flores do teu jardim que te imploram
-Por favor, olha pra mim!
Tens o sol que te ilumina e nada te limita o gozo.
Junte as palmas das mãos,
Alça as mãos para os céus
REZE.
Poeta Dos Ermos
Enviado por Poeta Dos Ermos em 21/10/2007
Código do texto: T703946