A vida segundo uma ansiosa

Não é fácil, ser uma ansiosa uma pessoa que tem tantas lágrimas para derramar, mas não quer preocupar ninguém então na madrugada chora em silêncio para não acordar ninguém, fingir sorrir mesmo querendo chorar e desabafar tudo que senti, como: o medo de não ser suficiente, não ser capaz de fazer um texto, não conseguir durar uma amizade pois sabe que pode machucar a pessoa, também se passa na cabeça: “ Por que existo?” ou até mesmo “ por que não morro logo?”, a maioria das vezes as pessoas em sua volta percebem a sua angustia e medo, mas não estão nem pois não são elas que estão sofrendo.

Mas chega de enrolar e vamos para a crônica.

Sabe quando você não quer sair da cama? Então hoje é mais um dia que me sinto assim, noite passada não dormi nada, mas quem se importa? Ninguém, então ponho aquela máscara de felicidade ( um sorriso ) no rosto, só para fingir felicidade para as pessoas em minha volta.

- Por que, está tão quieta? – Kamilly pergunta ao meu lado.

- Sono. – Respondo, o que não é, mentira nem dormi.

- Bom dia, galerinha do bem. – Othon nosso professor de redação adentra na sala com um sorriso de orelha a orelha e lá vamos nós.

~🦋~

- Não achei uma tarefa, tão difícil assim. – Isa se pronuncia se sentando na cadeira na minha frente.

- Muito menos eu. – MENTIRA, estou pirando, que lição de redação é essa, “ Em uma lacuna escreva cinco coisas de te faça sorrir e em outra chorar.” A única coisa que me faz sorrir de verdade é está máscara cheia de mentiras e chorar tem tantas coisas, o pior de tudo é que é para a próxima aula, o jeito é colocar umas mentiras.

~🦋~

A semana passou rápida, neste final de semana ajudei minha mãe, mas nem um “obrigada” recebi, fiz a faxina sem nem mesmo ela pedir e a única coisa que recebi foi um “mais, que sua obrigação”, e isso dói tem coisas que fazemos com todo o nosso coração, mas em troca recebemos um sorriso de lado, as vezes só queremos um obrigado, mas eu já me acostumei, bom hoje é o dia das apresentações de redação e pro meu azar eu começo, pego meu papel e vou para a frente da lousa.

- As coisas que me fazem sorrir: abraçar meus amigos... – Parem não posso mentir para eles. – Não posso fazer isso – amaço o papel e o jogo no lixo. – A minha vida é uma mentira, o sorriso de todo dia nem sempre é verdade, todo dia choro pensando que não sou o suficiente, que não sou capaz de ter uma amizade, tenho tantas inseguranças tanto em amizades quanto no meu corpo, parece idiota? Parece mas é o que sinto, as vezes pego pensando: “ Será que sou uma filha boa?”,” será que sou uma boa irmã;?”, “ sou uma boa tia?” e eu respondo todas essas perguntas e é sempre a mesma resposta “não”, pra mim sou insignificante no mudo e por mim eu não estaria aqui, pois não pedi para nascer, ninguém pede mas por que eu deveria estar aqui? Por que eu finjo algo que não sou? - Termino com os olhos cheio de lágrimas, vou até minha cadeira. – Podem zoar. – Falo vendo todos os olhares para mim, mas não foi isso que aconteceu, minhas amigas vieram em abraçar.

Notas da autora: Eu sendo uma ansiosa, eu odeio pessoas com pena de mim, odeio quando zoam de mim mas riu junto, só que quando chega a noite choro tudo queria chorar. E já pararam para pensar que as pessoas que mais gostam de ajudar os outros em estado emocional, não querem ajuda com seu próprio estado emocional.

Feita por:

Estella Bitencourt

Estella Bitencourt
Enviado por Estella Bitencourt em 22/10/2020
Reeditado em 17/01/2022
Código do texto: T7093514
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.