O democrata, Joe Biden venceu Donald Trump no pleito desse ano, mas assume país polarizado em meio a pandemia de Covid-19, e com o desemprego em alta. O republicano Trump é o primeiro presidente norte-americano a não conseguir se reeleger desde 1992. A vitória encontra um cenário não muito animador pois os EUA concentram cerca de vinte e por cento de todos os óbitos e infectados do mundo. Nas últimas 24 horas, registrou-se mais de cem mil casos.
 
O vencedor já prometeu estratégia completamente diferente da adotada por Trump no combate à pandemia, a começar garantir que as decisões da saúde pública sejam amparadas na ciência e informadas por profissionais da área. Também afirmou retomar o relacionamento com a OMS - Organização Mundial da Saúde. Principalmente em face de Trump que anunciou ao Congresso e às Nações Unidas que iniciou o processo para retirar formalmente o país da OMS. No comunicado teria como efeito, a saída dos EUA a partir de 6 julho de 2021.
 
O democrata vencedor prometeu um pacote fiscal de mais de três milhões e acelerar um plano de investimentos em infraestrutura previstos para os próximos de dez anos. Biden igualmente promete reverter alguns dos cortes de impostos para empresas feitos por Trump e fazer uma reforma fiscal para que os mais ricos paguem mais tributos. Terá que lidar com a guerra comercial que antecessor começou contra a China.
 
Apesar disso, Biden deve manter a tentativa dos EUA de impedir que a Huawei implemente a tecnologia 5G em diversos países do mundo. E, o próximo campo de batalha entre EUA e China será o Brasil. Nosso país deverá fazer em 2021 um dos maiores leilões do mundo sobre a tecnologia 5G, tem a China e os EUA como seus maiores parceiros comerciais.
 
Ainda sob a presidência de Trump, os EUA prometeram cerca de um bilhão de dólares em crédito para financiar projetos no Brasil, incluindo o 5G, mas uma decisão contra a China pode trazer prejuízos ao país. Acreditamos que o atual Presidente da República que era aliado de Trump poderá mudar juntamente com a alternância de poder. E, será o presidente brasileiro que irá decidir sobre a questão sobre 5G.
 
Nosso país poderá sofrer pressão dos EUA por conta das queimadas e desmatamentos da Amazônia, e Biden já citou o desmatamento amazônico em debate presidencial contra Trump e fora prontamente rebatido pelo atual presidente brasileiro. É sabido que Biden tem uma evidente agenda ambiental, devendo recolocar os EUA no Acordo de Paris e adotar medidas contra o aquecimento global.
 
Já no cenário doméstico, Biden terá que lidar com os conflitos raciais e protestos que voltaram a cena nos EUA desde o assassinato de George Floyd que gerou o movimento Black Lives Matter. Durante a gestão de Trump só ocorreu crítica e criminalização das manifestações e ainda defender o discurso da lei e da ordem.
 
Biden escolheu a senadora negra chamada Kamala Harris (a primeira mulher negra e filha de imigrantes nesse cargo) para ser sua vice e deverá adotar postura completamente oposto à do atual presidente norte-americano. Em verdade para cumpre grande parte de suas promessas, Biden deverá contar com um grande aliado: um Congresso de maioria democrata e, a superioridade deverá fazer que aprovar logo no início de seu mandato.
 
A vitória de Joe Biden é uma vitória para a ciência. Sua eleição tem significado especial para os cientistas da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) que tem sofrido sob os esforços de Trump para mitigar os regulamentos, reforçar a influência da indústria e minar a forma como a ciência é usada para elaborar regras para conter poluição e proteger a saúde pública.
 
Apesar da eleição de Biden representar um fim iminente a uma presidência que muitas vezes desconsiderou a verdade, a ciência e as evidências, muitos cientistas temem que o movimento lançado por Trump continue a assombrar os EUA bem depois de ter deixado o cargo.
 
De qualquer forma, o discurso raivoso do Trump será substituído pelo discurso que propõe o diálogo. Entre os políticos brasileiros, a vitória de Joe Biden e Harris significa a restauração dos valores da democracia autenticamente liberal e que prestigia os direitos humanos e respeita as minorias. Apesar de que o governo de Biden enfrentará sérias dificuldades, caso seja confirmada a maioria republicana no Senado norte-americano.
 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/11/2020
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