O NOVO NORMAL

Eu estava tentando lembrar o que fazia antes do mundo acabar no final de fevereiro deste ano. E lembrei que não fazia nada do que já não fazia antes. Depois de alguns anos percebe-se que ela, a vida , se repete em ciclos bem definidos de 24hs , 7 dias , 30 dias, e de ano em ano.

O que se sabe é que muita coisa mudou , e mudou bruscamente , não dando tempo sequer de nos adaptarmos a esta nova situação. Ficamos parados no meio da rua olhando se um para o outro e se perguntando: Anotaram a placa?

Fico pensando quantos milhões de vírus eu já matei nesse ritual eterno de lavar as mãos e passar álcool em gel constantemente e de quantos bilhões deles ainda estarão pairando sorrateiros pelas gotículas de saliva que são cuspidas a cada instante pelas bocas afora , suspensos no ar a espera de uma cara desprotegida que lhes permita a entrada e o estrago de que são capazes de fazer mesmo com seu tamanho insignificante.

Na verdade o vírus nem sabe muito ao certo o que quer e para que veio, ele nem sabe que existe. Não é como o guepardo que escondido e ardiloso espreita sua presa , mal intencionado, em busca do alimento que o manterá vivo. O virus não entende nada de biologia , nem faz seus ataques de forma premeditada como alguns parecemos imaginar.

Não acredito que esse tal coronavírus possua algum tipo de instinto de sobrevivência. Ele apenas é dotado em seus minúsculos genes de um mecanismo automático que o manda se replicar sem parar, de tal forma que lhe permite perpetuar sua espécie. Ele nem sabe que para isso provoca tantas mortes.

Seja lá como for , por enquanto , ele está ganhando a batalha. Os números estão aí para mostrar sua vantagem.

Milhares de pessoas morrendo diariamente, outras milhares contaminando-se como se nada fosse nada e milhões e milhões ainda não acreditando no potencial de letalidade que esse bichinho tem.

Se ao menos pudéssemos saber quando isso irá acabar (se vai realmente acabar) , poderíamos começar novamente fazer planos de mais longo prazo tal como o que farei no feriado de carnaval e se iremos para Gramado na Páscoa.

Não existe um novo normal tudo ainda é extremamente anormal e estranho.

O que sei é que enquanto não aparecer uma solução definitiva trazendo nossas vidas a normalidade continuaremos nos cuidando, usando máscaras , álcool em gel e lavando as mãos várias vezes ao dia. É o que nos cabe fazer..

E principalmente. . . torcer para que nós não tenhamos que ficar na fila fatídica , tossindo , sem olfato , com náuseas , dores de cabeça e falta de ar esperando um leito de hospital para tratarmos dessa "gripizinha".