Até que um dia salários em dia no Rio Grande

A imagem acima é de 28 de dezembro 2015, há cinco anos, quando o funcionalismo público estadual protestava em frente à Assembleia Legislativa contra projetos enviados pelo Governo do Estado. Em janeiro de 2016 começaria o parcelamento de salários no Rio Grande do Sul, durante o governo Sartori que, durante a campanha eleitoral de 2014, tirou um sarro: "Querem piso? Vão na Tumelero". Não prometeu e cumpriu o não prometido, viu-se. Deixou as professoras, em particular, sem piso e o funcionalismo, no geral, sem salário em dia. A situação duraria 57 meses...

Por vingança, o funcionalismo apelidou José Sartori de Gringo Caloteiro. E a histórica e infalível maldição, que afeta todo o governador que espezinha os servidores estaduais, também o acometeu, impedindo sua reeleição. No segundo turno de 2018, o vinho de Caxias foi preterido pelo leite de Pelotas, mesmo o Gringo mudando o nome para "Sartonaro", na tentativa de aproveitar a oportunidade e surfar na onda do capitão. Eduardo Leite prometeu colocar os salários em dia em um ano. Depois de eleito e já ocupando o Palácio Piratini, levou quase dois, mas cumpriu e, de novembro para cá, paga os salários em dia.

Não fosse a pandemia em curso e esse fato teria uma enorme repercussão. Claro que o quadro sanitário mundial afetou as finanças estaduais no segundo trimestre, mas o fato é que a economia do Rio Grande se recuperou no segundo semestre desse ano, possibilitando, junto com as reformas administrativa e previdenciária - e com os salários congelados até dezembro de 2021 pela Lei Complementar 173 -, colocar a folha em dia, com perspectiva inicial de mantê-la assim até abril, pelo menos. Mérito evidente e incontestável, claro, mesmo que parte do benefício tenha vindo com esses prejuízos sofridos pelos servidores em seus bolsos.

A vida, como ela é, dá-se num mundo imperfeito, sendo ideal para uns e desespero para outros. Ganha-se ali, perde-se lá. Pelo menos os salários estão em dia, uma boa notícia de fim de ano.