Outros cronistas II:
Dartagnan Ferraz - "É hora de reagir, Brasil"


Dartgnan Ferraz é o pseudônimo que o tarimbado cronista pernambucano William Pôrto utiliza atualmente ao escrever suas duas crônicas e um poema diários para o site Recanto das Letras. Bancário aposentado, contribuiu ativamente por décadas com a imprensa das cidades de Pesqueira e Arcoverde - sua cidade natal -, antes de morar na capital do estado, Recife. Manteve por muitos anos o Blog Combate Popular.

Cronista fecundo e experiente, não precisa de mais do que três ou quatro parágrafos para abordar um assunto e dar sua opinião - é um mestre da concisão neste gênero literário. Ilustrando isso, disse muito apropriadamente Manoel Modesto em seu blog: "g
osto da forma direta e objetiva como William [Dartagnan] vai tocar de forma subliminar no ponto crucial em que ele quer chegar ou atingir". Exatamente.

Homem de muitas leituras e cidadão socialmente engajado e comprometido com as questões populares, sua literatura frequentemente reflete o momento nacional, além de temas leves do cotidiano, matéria prima fundamental da crônica. Já publicou os livros Combate Popular (crônicas pesqueirenses) 1987 e Baú de Arcoverde 1986.


É hora de reagir, Brasil.
Por Dartagnan Ferraz

Para mim todo cidadão deve contribuir para o bem comum. Detalhe: não é um favor, mas um dever. Um cidadão de verdade não pode se negar a contribuir com atos e ações em benefício da população. Mais: quem se nega e até tenta se opor a essa postura, infringe a lei, é passível de penalidades. Pelo menos em países que levam as leis a sério.

Infelizmente vivemos num país onde a autoridade maior é quem dá os maiores maus exemplos no tocante, inclusive, ao maior problema que enfrentamos, a pandemia do coronavírus. Sim, o "presidente" da República reiteradamente tenta obstruir a luta contra esse mal e também faz isso dando maus exemplos, desrespeitando as normas médicas e da OMS. Não tem compaixão e nem sensibilidade para com o drama, sofrimento e desespero das pessoas. Faz o que pode para protelar a vacinação e para ferir as normas de combate à pandemia.

Recentemente protagonizou a maior aberração e agressão às recomendações de proteção contra a pandemia. O seu negacionismo, irresponsabilidade e crueldade extrapolam qualquer limite quando, numa transmissão ao vivo nas redes sociais, afirmou que o equipamento de proteção (a máscara) era uma ficção e que só prejudicava as pessoas.
           
Disse esse absurdo e crueldade: "A máscara não protege nada. Isso é uma ficção. Quando é que nós vamos ter gente com coragem - porque não sou especialista no assunto, né? - para falar que a proteção da máscara é um percentual pequeno?". Mais: "A nossa aqui, praticamente zero proteção. O que se vê por aí é o cara com a máscara toda sebenta, está até com cheiro ruim...".
         
Sinceramente, não dá para aturar tanta insânia e crueldade. É hora de reagir. Ah, Brasil. Inté.



Texto publicado no site e nas redes sociais do jornal Portal de Notícias: https://www.portaldenoticias.com.br/colunista/53/cronicas-artigos-joao-adolfo-guerreiro/