filme SETE DIAS SEM FIM. (This is Where I Leave You).Jane Fonda - soberba

Recentemente recebi um link para um canal de youtube a cerca de uma resposta sensata, inteligente e educada para um badalado comediante, que divulgou um vídeo onde lunaticamente trata sua mãe de 57 anos como um estorvo tecnológico e até social. Não citarei nomes para evitar fomentar a polêmica quase que inútil, visto a pobreza de empatia com que foi gerado. Desacreditada que sou do tal acaso, me deparei poucos dias depois com indicação para o filme “This is Where I Leave You” (Sete Dias Sem Fim), de elenco encabeçado por Jane Fonda.

Recomendo o filme de tema familiar nada inédito, não pelo brilhantismo, mas pela leveza com que trata a vida que embora bem planejada toma caminhos fora das convenções seculares que alimentamos intimamente com as exigências sociais: família perfeita!

Te convido a ver ruir, desde a primeira cena, um mundo cor de rosa repleto de casamentos perfeitos, de pessoas heterossexuais, de sofrimento exigível diante da morte, de pais exemplares e infalíveis e até de filhos dedicados. Assim como uma saudável ausência de preocupação extrema com a opinião e palpite alheio. Destaco a forma quase debochada com que tratam a naturalidade do sexo em contraponto às razões que mantem pessoas em um relacionamento.

Delicioso ver Hillary (Jane Fonda) administrando a convivência entre as personalidades distintas dos filhos e cônjuges, enquanto se equilibra em seus próprios e latentes conflitos. Lição: em qualquer idade, pessoas são ou podem ou devem ser independentes. Não julgo ou me refiro àqueles para quem a opção de se tornarem babás de netos sejam a razão de suas próprias vidas. Todos têm o livre arbítrio para exercer e viver o que lhes traz felicidade e realização, isso também se adequa ao conceito de independência. Particularmente me identifiquei muito com a fome de vida da protagonista que se posiciona tranquilamente como coadjuvante na vida dos filhos adultos. Viva a maturidade!!

Pós filme, me ocorreu imediatamente a comparação com o equivocado vídeo sobre a mãe (de senilidade precoce). Em tudo se pode achar razões e motivos para nossos próprios pensamentos, assim busco colocar foco no que nos edifica, razão para aqui mencionar o título do filme, mas não o nome do comediante brasileiro.

Ter um parceiro que te respeite, que caminhe junto, que compartilhe sonhos e tenha prazer em estar em sua companhia, talvez seja este o objetivo maior de se viver junto ou ter um relacionamento. Quiçá seja este o segredo da felicidade com que tantos vivem sua deliciosa solitude.

Envelhecer não é fazer sucessivos aniversários, é não oxigenar conceitos e crenças arraigados, é se recusar a aceitar o outro, é optar pela não auto-realização esperando apenas o momento de um sereno “the end”.

Letranda
Enviado por Letranda em 13/02/2021
Reeditado em 21/01/2022
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