A noite é dos vampiros

Nas ruas quase vazias das cidades, os vampiros atacam, cada um a seu modo. Invisíveis aos olhares desatentos, mas eles estão ali e em toda a parte:

Ao nosso lado, na maior parte do tempo, como sombras imperceptiveis , satisfazendo os seus prazeres e, ou sofrendo desapercebidos.

Nas ruas, quase vazias, crianças dormem ao relento, escravizadas por algum tipo de viagem enduzida.

Homens alcoolizados perdem suas identidades em calçadas coletivas, escravos de sua própria sorte .

A noite é destes vampiros.

Dos homens sem caráter.

Dos boemios, prostitutas, dos vigilantes.

A noite é destes inocentes.

Quisera eu escrever outra história que não contasse sobre as misérias do povo da rua, do egoismo e da falta de solidariedade.

Quisera eu, amigo leitor, não falar do medo, da incerteza do dia de amanhã. Do futuro de nossos filhos e netos.

Quisera eu ter certeza que amanhã estaremos todos bem.

De ter certeza que nós não nos tornaremos vampiros de algum vício ou de nossas próprias decisões.

Quisera eu acreditar que basta o Sol nascer para todos estarem melhor, e verdadeiramente acreditar que todos nós somos irmãos.