CIDADE SAÚDE

É verdade! Guarapari é um lugar privilegiado, mesmo! Toda beleza está contida no mar azul, que encanta os turistas; nas areias pretas, que fazem bem à saúde; nas castanheiras, que abrigam a todos sem distinção e nas pedras, onde as crianças alegres e felizes pegam seus peixinhos com peneirinhas.

Desde pequena que ouço falar desse lugar maravilhoso. De tudo que ouvia, uma coisa me preocupava: a onda do mar.

- Por que a gente tem que se abaixar ou pular para ela passar? Pensava eu. E o que acontece se a gente não obedecer? Isso me tirava o sono.

Aos 17 anos, conheci o mar. Foi num passeio a Anchieta, com a turma do meu colégio, Escola Normal Nossa Senhora do Carmo, de Aimorés MG.

Constatei que a tal onda não era nenhum bicho de sete cabeças.

Guarapari, só conheci depois de casada. Foi amor à primeira vista.

De vez em quando vou lá com o José, meu esposo. Na chegada, ao atravessar a ponte, elevo os olhos ao céu, agradecida, e digo: Guarapari, eis-me aqui!

Dali em diante nada me passa despercebido: os banhistas, de todo lugar do Brasil e até do exterior, tomando banho sem se importarem com a água fria; o entalhador trabalhando a madeira, sentado no chão; o rápido pintor de quadros; o palanque tocando músicas alegres; gente bonita e bronzeada caminhando e famílias inteiras tomando sorvete.

De manhã, munidos com cadeiras e sombrinha, rumamos para a nossa praia predileta, a Areia Preta. Depois de comodamente instalados, dou a minha caminhada enquanto o José “devora” o jornal.

Ao chegar, sento-me e começo a observar tudo em minha volta. É turista tomando água de coco, refrigerante, cerveja... Outros comendo pastel do Batista, acarajé, milho verde, ostras... Vendedores oferecendo todo tipo de mercadorias; crianças brincando na água com seus flutuadores; pais fazendo castelinhos para seus filhos; pessoas enterradas até o pescoço naquela areia prodigiosa, etc.

O tempo passa e nem percebemos.

À tardinha é hora de fazermos o exercício para os nossos pescoços. Sentados num banco no calçadão, debaixo das castanheiras, de frente para o mar, olhamos para um lado e para o outro, apreciando a natureza e o pessoal passeando, até passar um conhecido nosso.

- Ei! Você por aqui? Chegou quando?

- Depois do Natal e só volto depois do carnaval. Tchau, Anna! Até outro dia!

- Até breve! Se Deus quiser logo, logo estaremos de volta neste pedaço do céu!

Anna Célia Dias Curtinhas