Raro Nanquim (BVIW)

A roupagem da essência das sensações e memórias é antiga - lembra cinzas - na amanhecida e já esmaecida fogueira, numa distante paisagem, mas um Novo Drama começa a ser tecido, com as brasas adormecidas... ao dobrar a esquina, ou a virar a página de um livro, talvez, sejam as mãos de um surreal e irônico destino a entrelaçar as tramas e embaralhar as letras, mesclando as palavras com as tintas, de um raro, nanquim.

A manhã mesmo nublada gesta e pincela entre as nuvens em tons de gris, a sutil esperança de um raio de sol, feito uma ponte a unir o olhar e pensamento em alquímica sintonia de promessas de dias melhores. Um bem - vindo Renascimento, enquanto no silêncio do pequeno atelier, os traços finos e largos, em sequência, bailam com técnica e ousadia na folha de papel - arroz, e assim, surgem às ilustrações do Tsuru (grou); ave sagrada do Japão, símbolo da saúde, da boa sorte, felicidade...

A imagem transmite paz e inspira futuros origamis. Empresto do poema de ontem, a despedida da crônica de hoje; visto -me de outono ao segurar a folha da cerejeira recém - caída da árvore...