"Coração é terra que ninguém anda"

É bem verdade que o desconhecido aguça o querer. Mas há coisas que nem sempre precisam ser vividas, ou "mexidas", e mesmo assim, nossa teimosia em querer está certa, nos atiça a curiosidade de desafiar aquilo que tá na cara (...)

Na iminência de encontrar sentido pra seguir, o coração vai marejando a alma, a ponto de solver alguns "ais" perdidos no caminho, e tá tudo bem!

A pergunta é - o que fazer quando o sentimento te toca o rosto; a vontade de prosseguir te abraça; e a razão te esbofetea, sem a menor chance de revanche?

Sacudir a alma, nem sempre é extase, às vezes dói, mas se faz necessário. E isso não nos impede de prosseguir. A gente vai driblando os assombros, batendo de frente com o medo de fazer m** novamente; vai se ponderando, até que nesse labirinto a gente acaba morando por um tempo, só pra ter o prazer de sentir o gosto (ainda que amargo) daquele "doce" proibido...

Esse morde e assopra machuca um bocado, e na maioria das vezes, arranca pedaços que não estávamos preparados a rasgar em nós.

Logo, o que resta fazer é procurar lacunas pra tentar encaixar os pedaços, já bem amassados pelas tentativas em refaze-los.

Assim, o coração vai retalhando e costurando sua estrutura, a fim de não sucumbir... e mesmo assim, ele não se fecha. Agarrado às lembranças, ele segue acreditando que um dia a cura virá abraça-lo, trazendo cura para o seu vício em se apegar ao que lhe consome.

Ah, de fato o coração é terra inabitável, e cheio de memórias vivas, ao mesmo tempo, me levando a crer que essas memórias são o oxigênio que ele não quer desperdiçar.

E sim, das memórias que tenho, você carinhosamente mora em todas

Brenda Botelho
Enviado por Brenda Botelho em 30/04/2021
Reeditado em 05/05/2021
Código do texto: T7244937
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