Frustração Tardia

Uma coisa que a pandemia me fez ter e muito foi a frustração tardia. Culturalmente falando. Aquela música que cairia perfeitamente naquela situação de 2007, ou aquela briga de 2012 que você poderia chorar mas teria uma canção pra consolar, ou se talvez se tivesse prestado mais atenção naquela cena do filme, veria os sinais daquele amigo que na verdade queria ser bem mais que isso mas o "campo magnético da amizade" está fortalecido demais e cabia a você derrubar.

Digo isso pois comecei a não ter medo de acessar minha fragilidade. Estou lendo livros que são infanto-juvenis e outros que correm ao lado da psicanálise. Um barato. Aí me dou conta que sou fã de Daniel Day-Lewis desde sempre e nunca me atinei a isso. Que meu inglês é avançado no mundo comercial e que se eu tivesse ido mais pela intuição estaria melhor.

Entende?

Sempre fui de ir ao cinema sozinha, de ler aquilo que me dava vontade. Hoje me dou conta da minha autenticidade. Antes me chamavam de esquisita quando na verdade eu só estava vivendo minha vida verdadeiramente e tinha vergonha disso. Ainda dá tempo de fazer mais, mas quanto deixei pra trás por achar que não estava fazendo o mínimo.

Medo, receio, falta de maturidade, madura demais.

Ao mesmo tempo o respiro que não precisarei de uma máquina do tempo, pois isso me faz crescer. Mentira, queria muito voltar e salvar algumas almas que morreram na minha vida. Socialmente falando.

Aqui é tudo na amplitude social. No sentido carnal tá muito difícil falar. Machuca demais.

Viva a tecnologia por nos proporcionar aquilo que não vivemos e mesmo tardiamente, apreciar.

Têia Agridoce
Enviado por Têia Agridoce em 04/05/2021
Código do texto: T7247933
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