REALIDADE PARALELA

Maria Clara inicia o dia com alegria, pois hoje junto a um grupo de colegas que participam da ONG "Compartilhando Vivências", será feita a visita mensal a idosos carentes, vulneráveis e moradores em área de risco.

Nessas ocasiões, os jovens sempre deparam-se com situações tristes e conflitantes, muito diferente da realidade de suas vidas de universitários, regada a muita tecnologia.

Porém, nesse dia uma visita chamou a atenção de Maria clara, pois a história de dona Oliria foi além de triste, muito comovente.

Contou, que ela e seu marido Osvaldo por não poderem ter tido filhos, adotaram uma menina, que passou a ser criada apenas por ela, que enviuvou um ano após a adoção de Cristina, a qual muitas e muitas vezes ficava aos cuidados dos vizinhos, visto que ela precisava sair na busca da sustentação das duas, indo trabalhar em uma fábrica de tintas.

Cristina, logo demonstrou desinteresse pelos estudos, ficando na ausência da mãe, vagando pelas ruas, onde, aos doze anos entrou no mundo das drogas e aos quatorze teve um filho nos braços.

Antônio nasceu robusto e forte, Cristina por não querer saber do filho o abandonou ainda no hospital e desapareceu.

Dona Oliria, assumiu a criança, que passou a ser a razão de sua vida, pois Antônio era um menino encantador.

Muitos anos se passaram, sem a viúva ter notícias da filha adotiva, até o dia em que Cristina sem aviso adentra na pequena casa da idosa reclamando pelo filho Antônio, agora como dez anos.

Pobre, praticamente cega e com os pulmões comprometidos pela tuberculose, dona Oliria não consegue impor-se e o menino é retirado praticamente a força pela mãe biológica.

Conhecendo seu estado de saúde tão debilitado dona Oliria procura conformar- se acreditando que um milagre pode acontecer: que a presença do filho faça Cristina mudar de vida, tendo através do carinho de Antônio um novo horizonte a trilhar, que um novo caminho abra-se e mãe e filho sejam abençoados com uma vida digna.

O grupo está muito emocionado ao ver lágrimas rolarem do olhos de dona Oliria ao finalizar sua narrativa.

Maria Clara então, com muito carinho, pergunta o que dona Oliria espera do futuro.

Nesse momento ela mostra duas fotos, uma de um menino loiro e outra, mais antiga, de uma jovem muito bonita, de cabelos crespos.

Ela diz que as fotos de seus filhos será a lembrança que levará consigo no próximo mês, quando ingressar num lar de idosos.

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 04/05/2021
Reeditado em 02/12/2021
Código do texto: T7248158
Classificação de conteúdo: seguro