PERDIDO NO RIO DE JANEIRO

Há algum tempo escrevi sobre a primeira vez que fui ao Rio de Janeiro, 1974, para assistir Brasil x Paraguai, que só conhecemos o Maracanã, Copacabana e cruzamos a Ponte Rio Niterói, recém inaugurada, completamente vazia.
No final de dois mil e um, voltei ao Rio, fui de carro e comigo, minha mulher e minha cunhada, tenho um cunhado que é militar e reside em Niterói, ao lado do estádio Caio Martins.
Não está tão longe, mas naqueles dias ninguém imaginava a existência de telefone celular e muito menos GPS., cheguei com tranquilidade até a casa dele.
Eu não estava bem de saúde, uma hérnia de disco me atormentava bastante, mas mesmo assim encarei aquela viagem.
No domingo seguinte à nossa chegada, fomos ao Rio passear, fomos à Floresta da Tijuca, a um shoping na Barra, e hoje fico pensando admirado e ao mesmo tempo achando que foi muito bom. Fico admirado de irmos ao Rio, e em vez de ir ao Cristo ou ao Teleférico(bondinho), fomos a um shoping, que passeio mais quadrado. Acho que foi bom não termos feito esses passeios, pois a minha situação de saúde não me permitia ficar mais que cinco minutos em pé. No teleférico teria que me sentar no chão.
O destaque que me motivou escrever sobre essa viagem, é que paramos em uma feira de artesanato numa pracinha em Ipanema e lá ficamos até a noite chegar. Estávamos em dois carros, eu seguindo meu cunhado, pois não conhecia nada. A referência na minha cabeça era daquela primeira viagem, assim mesmo quase nada, pois tão pouco tempo ficamos e andamos e a distância no tempo de quase trinta anos.
Saímos para Niterói, casa dele. Aqui deixo a modéstia de lado e digo, que quando eu estive ou quando estou servindo de guia para alguém, seja lá em qual situação for, eu não permito que quem está me seguindo se perca, mas raramente encontrei em outras pessoas essa destreza, vou dizer assim, na maioria das vezes pela distração ou pela preocupação com a própria situação, elas se esquecem que estão na guia de alguém.
A verdade é que era noite, pegamos a avenida e não demorou nós nos perdemos, ele foi na frente e esqueceu de monitorar o retrovisor. A via apinhada de carros não me permitiu alcançá-lo.
Não me recordo por isso não posso falar no nome dos lugares, sei que seguindo por aquela longa avenida peguei à esquerda e cruzei um túnel. Ao terminar o túnel eu não tinha a menor noção por onde ir.
Muitos automóveis, ninguém a pé para prestar qualquer informação e o medo que tínhamos, pois a fama do Rio como cidade violenta não é de agora. Mas o meu anjo nunca me deixou na mão. Vi que um veículo seguia um pouco devagar na faixa à minha esquerda e o vidro do passageiro aberto. Emparelhei e perguntei como ir para Niterói, a pessoa, que não me recorde se homem ou mulher, gentilmente me gritou, na segunda via vira à esquerda e segue em frente. Fiz daquele jeito e logo comecei a avistar as placas indicativas.
Como eu não sei, mas cheguei no prédio de morada do meu cunhado antes dele. Se me perguntarem como acertei os caminhos na cidade de Niterói, não sei responder.
JV do Lago
Enviado por JV do Lago em 07/06/2021
Reeditado em 07/06/2021
Código do texto: T7273495
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