Olhar

Olhar

Pelos olhos se conhece o coração das pessoas. Expressões como "fuzilou-me com os olhos"; "olhar bondoso"; "olhar assustado", etc., traduzem sentimentos e emoções. O olhar assustado do filho diante do olhar severo do pai.

Os olhos brilham diante de uma obra de arte. Arregalamos os olhos sobre um prato saboroso e, se estamos a fim de alguém, estabelecemos contato através do flerte: olhar de desejo, olhar apaixonado.

Os olhos fotografam belezas e horrores. Alguns dizem que as plantas secam com um mal olhado e o que os olhos não vêem, o coração não sente.

Lançando um olhar sobre o Brasil, enxergamos paisagens belas: rios, matas, pássaros, cidades com ruas limpas, praças e jardins bem cuidados, casas bonitas, crianças entrando e saindo das escolas em algazarras. São belezas.

Porém, há o outro lado, que fere os olhos e dói o coração: ruas e estradas esburacadas, erosões, becos e corações sombrios, crianças abandonadas, gente catando comida no lixo, olhos no chão, tristes olhos no chão, a natureza sendo violada, poluição, incêndio nas matas.

Olhar nossa casa, nossa rua, nossa cidade, o País, o mundo, o Universo: o céu está estrelado, a lua brilha!

Olhar tudo, sem preconceito, pois o que os olhos vêem, o coração sente e quando o coração sente... bem, aí é outra história.

Obs: esta crônica íntegra o meu livro Crônicas do Cotidiano Popular-2006-esgotada. Em Prova de Vida, que já se encontra à venda, no site da editora Clube de Autores ou diretamente comigo pelo contato, sigo a linha de Crônicas do Cotidiano Popular.