Das Minhas Lembranças 11

Ao chegar em casa, pouco antes do anoitecer, vindo do trabalho, aguava uns pés de quiabo que plantara recentemente. Morávamos no Bairro Lindéia, tendo como bons vizinhos à direita, o Seu Zé Pereira e Dona Iolanda; à esquerda, Sebastião Benevides e Dona Maria. Pagávamos aluguel. A divisa de minha morada com a do Tião era separada por uma cerca de arame farpado, pela qual passávamos para as nossas conversas. Seu Tião dedilhava um violão e a gente costumava entoar umas canções sertanejas de raiz. Era o ano de 1979 e eu estava empenhado na construção do núcleo do que viria a ser, em 1980, o Partido dos Trabalhadores. Seu Tião foi fundamental na construção do núcleo, pois participava ativamente da Igreja Católica e fez a ponte com o pároco, Padre Miguel, que cedeu o espaço para as nossas reuniões de organização. Fizemos alguns debates sobre o partido que queríamos com boa participação. Alguns nomes eu me lembro bem: Rui Barbosa; Simeão; Roberto Lélis; João, o Alemão, o seria o Gaúcho?, diácono da paróquia; Seu Tião Benevides; Eliana Belo; Divino; Zito; Joana Darc. A cartilha PT: Nossa Vez, Nossa Voz, dava o suporte em nossos debates. Deste núcleo eu, Eliana e Rui fomos escolhidos delegados ao primeiro congresso estadual do Partido dos Trabalhadores, que se realizou no Colégio Pitágoras em Belo Horizonte.

Fui convidado a contribuir na construção do núcleo do Bairro Industrial, que faz divisa com o Lindéia, por José Maria Lopes, o Guinho. Outros companheiros, Geraldo Bernardes; Carneiro (José do Carmo); Geraldo Lopes; Zailtom faziam parte do núcleo.

Os acontecimentos do congresso estadual de fundação do PT, contarei na próxima lembrança. Teve momentos hilários.