Crônicas Maçônicas IV - A Liberdade de Expressão.

     Durante a 2ª Grande Guerra, na Europa ocupada pela Alemanha de Hitler, os nazistas assassinaram por volta de 6 milhões de judeus, acrescente a esse número, conforme dados recuperados do “Reich Sicherheits Hauptamt”, (Escritório de Segurança do Reich), cerca de 100 mil Maçons, outros tantos de ciganos, gays e os opositores do regime. Você tem ideia do crime que eles cometeram? Nenhum crime... Foram mortos por serem o que eram: judeus, maçons, ciganos e gays, entre outros imolados.

     A Maçonaria sempre foi mal vista por algumas religiões, inclusive a católica e também por alguns governos opressores mundo afora, foi o caso da Alemanha à época, é de largo conhecimento que, em uma democracia plena, nem tudo se pode, mas nos governos autoritários “pode-se tudo”, me refiro às ideologias inseridas pelo dono do poder, em detrimento aos regulamentos constitucionais, daí surgem as repressões e perseguições ao povo e às minorias. Nicolau Maquiavel em seus escritos delineou como são de verdade e como não deveriam ser os Estados e Governos, é dele essa mensagem tão atual: “aos amigos os favores, aos inimigos a lei”, se referindo às realezas de então.

     A irmandade Maçônica é uma minoria, e no caso de uma suposta e inesperada mudança ideológica de governo, poderemos ser caçados e assassinados novamente, tal qual aconteceu na Itália e na Alemanha, para ficarmos somente no período da 2ª Grande Guerra, não esquecendo que aqueles líderes, (Mussolini e Hitler), foram levados ao cargo maior de seus países pelo voto. Para que não incorramos nos mesmos erros de passado recente, havemos de ser intransigentes e gritar um estridente “NÃO” às questões homofóbicas, misóginas, xenófobas e raciais, caso contrario, veremos uma vez mais, o retorno sombrio daquele passado facínora.

     A propalada liberdade de expressão foi propiciada pelo movimento iluminista no século XVIII, com a nossa contumaz participação. Essa liberdade de expressão em seu sentido criativo, ou seja, pensamentos e manifestações de ideias não tem nenhuma limitação e está contida nos trâmites constitucionais de nosso país. Mas havemos de observar o respeito, que é o arremate do bom convívio, como bem disse o filosofo Herbert Spencer: “a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro”, enfim, a exposição pública de uma opinião pessoal sobre outrem, tem de respeitar os limites da Lei, conforme determinado, a liberdade de expressão é regulamentada, portanto, não pode ser ignorada ao bel-prazer.