Saudade não tem cura!
Hoje eu estava me perguntando quantas saudades sou capaz de conter.
Qual será o tamanho de um sentimento que capta tanta coisa?
Como é que faz pra lidar com aquilo que a gente não pode tocar?
São tantas viagens... nos reconstruímos tanto, e a parte que falta nem sempre deixa de fazer parte de nós.
É um amontoado de poeira e caixas sem sentido. Uma mania inquieta. Um ímpeto. Uma dose de insensatez. Uma recordação colorida, vibrante, viva.
É uma montanha distante. É uma porta que eu consigo ver da minha janela. É uma lágrima que caiu sem querer. É a raiva que o tempo ainda não deu conta...
É um arrependimento, uma vontade de voltar atrás.
É um bem querer, um "eu não quero ver, é um: prefiro tentar descansar pra esquecer.
É um sonho de primavera, um pesadelo que sacode, uma verdade injusta.
É um abraço com espaço (abraço não pode ter espaço), é uma curva acentuada, um quê de: "não sei lidar".
É um tempo inventado, um dia prolongado e mais de: "não consigo dormir".
É um mosaico desproposital, uma mente confusa e mais um dia que se vai.
É uma vontade que a razão anula, o coração respeita e a lembrança brinca de: "procure e ache".
São desavenças com o intocável, uma mágoa resistente e um pouco de chá de madrugada.
É uma embriaguez lúcida, uma impaciência que cansa e uma fraqueza inevitável.
É um sorriso no meio da rua, uma distração justa e um "por que não"?
É o acaso que a gente deseja, uma imagem que não morre carregada de incerteza.
É uma história bonita que vale a pena só de fechar os olhos...
É o meio-termo que a gente sempre desacreditou...
É o famoso "não tenho o que fazer".
É a parte que nos reparte e a parte que nos junta por instantes inestimáveis.
É um copo vazio, mais uma garrafa e uma esperança de que tudo passe.
Saudade não se mede. Saudade não tem tamanho. Saudade não tem cura.
Que pena, né?!