Um conselho (BVIW)

 

Acho que, com mais de 60 anos, já posso dar conselhos aos mais jovens, não só pela idade, mas pelo que aprendi nos caminhos trilhados, principalmente quando me deparei com encruzilhadas e tive que tomar decisões.

Também me sinto à vontade para dar orientações, porque tenho gravada na minha memória as lições aprendidas no tempo vivido. Por exemplo, descobri que, ao se atingir um objetivo, os próximos que virão se tornam mais ambiciosos, exigindo melhores estratégias e metas, e que, nas subidas, precisa-se, além de muito esforço e autodeterminação, ter autoconfiança para chegar no topo e lá permanecer com segurança.

Com a experiência percebi que nas descidas é necessário pegar pela mão para não cair e quando cair, conseguir se levantar e reconhecer que até os tombos nos alertam para os cuidados que devemos ter onde pisamos.

Acompanhando o comportamento das pessoas nessa sociedade líquida, definição do sociólogo Zygmunt Bauman, observei que, de fato, tudo está fluindo, às mudanças são muito rápidas e as relações sociais se tornam mais difíceis, contrapondo-se às relações virtuais. Viver nesse contexto é conviver diariamente com a incerteza e a insegurança.

Então, nesse cenário de individualismo, que conselho eu daria: te pegue pela mão e caminhe firme rumo aos seus propósitos, reconhecendo a importância de aprender, continuamente, para enfrentar às exigências de um mundo que flui.

 

Iêda Chaves Freitas

24.05.2022.

 

Tema da semana: te pegue pela mão.