Uma definição crônica, que conto

Domingo, e isso vai causar polêmica, é meio vazio... por mais que se vá a praia, ao cinema, ao bar com os amigos. Por mais aproveitável que seja, é estranho. Talvez seja pela sombra da segunda-feira que paira desde o primeiro minuto.

O domingo nos dá aquela preocupação que tudo tem que ser feito sob medida. Há de se obedecer um certo horário, pois logo vem a tal da segunda-feira (olha ela de novo)... e com ela todos os compromissos que por vezes nem são os seus. Bater ponto, mesmo que no horário, nas segundas-feiras, beiram um sacrifício danado, ao mesmo tempo que se deve ter um agradecimento sem tamanho, pois o desemprego ainda está vivo... e já não podemos mais nos livrar da ideia que o trabalho, como é, seja desnecessário... mas isso é outro assunto, onde digo da filosofia de ser um bom vagabundo... a pauta aqui é o domingo e suas variações emocionais.

Nesse dia da semana o marasmo vence toda a energia, meio que fantasiosa, da caneca de cerveja, da taça de vinho, do copo de cachaça... da pizza.

No domingo a TV assusta mais... é cada coisa que se vê, que não vejo como alguém pode assistir e depois se achar mais inteligente (isso também pode causar polêmica).

Domingo... é todo ele dentro dos parâmetros comedidos, o limite ao qual não se pode extrapolar... ao correr na praia, o cuidado tem que ser maior, o futebol também... lembra? Eu disse que logo após já é segunda, e alguns já não são mais tão meninos e meninas. A segunda, nos suga o bom preparo... é exigência secular.

Domingo é bem diferente da sexta e do sábado... eu que não bebo, não vou a praia e nunca mais fui ao cinema, soltei pipa... ou visitei igrejas... vejo isso com a claridade mais nua; domingo é dia de ficar quieto... de curar a ressaca, em alguns casos... e não somente do rum, do gim, da tequila e do absinto, há ressaca de tudo... de outras tantas coisas.

Diz um dicionário que; "em hebraico, o domingo é chamado de Yom Rishon (יום ראשון). Esse nome é derivado da palavra hebraica para cabeça, "rosh" (ראש). O domingo conduz nossa semana, assim como nossas cabeças conduzem nossas vidas." Entendo agora o porquê de estar tão cansado... minha cabeça não entende muito bem esse conceito temporal, e nem mesmo que a cabeça é mais que o coração. Gosto da ideia de não se contar as horas, inda mais quando é momento de namoro... aí que é mesmo um "que se dane" o relógio.

07-08-2022

08h36min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 07/08/2022
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