A BALA

A bala

Outra bala ecoou na consciência da sociedade, mas, por incrível que possa parecer, ainda não fez estrago suficiente para merecer atenção adequada. Tenho a sensação de que estagnou as ações e tudo passou a ser banal; tudo passou a pertencer ao Senhor do Feudo que olha as coisas de cima da sua opulência material, do seu poder ilimitado e vitalício passando por cima da dignidade das pessoas; passando a serem descartáveis e as mais esquecidas possíveis.

Nos tranquemos para discutir e evitar o “calor” da situação, o problema é que a temperatura não baixa nunca e precisamos de homens com nervos a prova de bala, que não tenham medo de colocar a cara para fora das suas portas e encarar uma sociedade cheia de lacunas e veios de corrupção, ganhando tempo para melhor atender seus “clientes” em perigo e o povo que se dane; não é Zidane, é se dane mesmo.

De repente todos têm medo de falar de coisas simples e seguir o caminho do meio, não para andar em cima do muro, mas, para procurar o caminho da justiça que nessa situação não deve ser tendencioso, procurando abrandar a euforia do emocional, embora seja muito difícil não criar um ambiente frágil pela emoção da dor sem remédio químico.

Quando João, Maria, Priscila, Emily, Pedro, José e tantos outros, antes anônimos, vão pode descansar das suas batalhas e acalmar o corpo para conter essa convulsão de ataques a nossa inteligência? De vários cantos do país vem os gritos mudos de medo e de pavor que assombra nossos dias. Tudo depende de ações interligadas apresentando fios soltos; as culpas são repassadas e ninguém se dispõe a nomeá-las para que cada um assume sua parcela de culpa. Quantas vezes você se omitiu por fraqueza e inércia perante o caos econômico e social? Preciso acordar pára a vida e deixar de ser um “Estafermo” na mão dos que manipulam as situações onde somos colocados feito gado em curral; mesmo quando Zé Ramalho diz: ê ô vida de gado, povo marcado, povo feliz.