DOM CAPPIO DE NOVO

DOM CAPPIO DE NOVO

Oh povo dormente, entorpecido por idéias viciadas que não o deixam ver além do superficial que os hábeis querem que vejam se engajem em seus intentos obscuros.

Eu fico indignado quando vejo um homem na posição desse Dom Cappio na Igreja Romana nos brindar pela segunda vez com tamanho disparate. Em minha opinião, grave de fome não é argumento é covardia: eu não posso fazer com que você atenda as minhas exigências porque se não eu me suicido; eu não tenho esse direito de torná-lo responsável pela minha morte se você não atender a uma exigência minha. A Igreja deveria dar um basta nesse quadro degradante imposto por um dos seus comandados. Não estamos aqui para brincar, chega o que os políticos oficiais já fazem com o povo, a Igreja precisa ter responsabilidade, será que é mesmo verdade que todos encenam o mesmo ato? Vocês querem que eu escreva aqui o desfecho dessa presepada? E olha que eu não sou nenhum profeta! Na próxima vez que ele resolver “jejuar” até que a sua vontade política seja feita, vou sentar-me ao lado dele vestindo um nariz de palhaço e vou sacrificar-me da mesma maneira dizendo-lhe: vou morrer de fome porque tu queres que eu morra, mas, também, não vou beber água, porque assim obtenho o resultado desejado em menos de vinte dias e a população não terá que embrulhar o seu estomago comigo por muito tempo, aliviando-se rapidamente do peso do meu ato insano. Certamente alguns dirão foi cedo: -- Era só o que faltava, agora toda a vez que alguém de posição dentro da sociedade resolver fazer a sua vontade sobre o Governo, vem um cidadão comum e realmente se suicida. Que loucura será isso? Será que ele não vê que é tudo uma grande sacanagem, que não vale se matar de verdade? Será que ele não vê que os políticos e a sociedade esquecem no outro dia daqueles que queimam os seus corpos em protesto ou cortam a barriga ou se matam de inanição; tornam-se pesos mortos... Besteira se matar assim – já foi tarde: temos lixo psicológico demais no mundo.

Sabem por que ninguém tem coragem de dizer o que eu estou dizendo? Por que todos sabemos que isso é um ato político; temos um governo legítimo, eleito pelo povo, a cara do nosso povo, Presidente, Senadores e Deputados e a Igreja parece que se sente de fora – devia fazer como fazem os Evangélicos, bem mais espertos, elegem logos os seus políticos dentro do sistema.

Misturar religião com política é a mistura certa para a violência; vejam o resto do mundo. Parem já com essa bobagem, nos poupem desse espetáculo grotesco, vós, líderes responsáveis nos devem um pedido de desculpas, já sofremos demais pelos atos irresponsáveis das nossas mais variadas lideranças, mas é essa a forma que escolhemos para estruturarmos a nossa sociedade. Tenham paciência, vamos pelos meios que respeitem a nossa estrutura social, por favor!

Quando o Lula era só o Lula ele fez a mesma coisa e veja aonde ele chegou: político é assim, vejam os inúmeros exemplos do mundo, fazem que o povo dormente se mate por suas vontades até que logrem êxito nos seus verdadeiros intentos que nem sempre são revelados.

Duas coisas: o Governo tem que ser Governo e fazer o que a sociedade quer que seja feito sem se dobrar a chantagens (já pensou nós sem o Lula agora? Será que o Lula se pensaria sem nós e realmente se mataria de fome? Fala sério!) e a Igreja tem que ser Igreja e respeitar a sociedade; a transposição do São Francisco é polêmica, mas é eminentemente técnica; se não der certo é só fechar o canal e teremos um monumento significativo à falta de competência dos nossos cientistas, será um monumento visto do céu, uma assinatura da inépcia humana associada à miopia política e o Dom Cappio poderia morrer de causas naturais coberto de razão e inteligência, nem o Lula vai querer ter isso no seu currículo – o FHC tem a Vale do Rio Doce no seu e diversos governos dividem as favelas penduradas nos morros por aí...

Senhores, nos poupem!

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 19/12/2007
Código do texto: T784531
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