Desejo em silêncio

Na penumbra do entardecer, ela se permitia sonhar. A luz filtrava-se pelas cortinas, criando um jogo de sombras que bailava ao ritmo de seu coração. Era um momento de pausa, um instante em que o mundo exterior se tornava distante, e tudo que importava era a presença dele, mesmo que apenas em pensamento.

Ela se lembrava do toque delicado de suas mãos, como se desenhassem caminhos secretos em sua pele. Cada lembrança era uma chama que se acendia, aquecendo seu ser. O desejo, como um perfume, pairava no ar, envolvendo-a em uma aura de expectativa. Era um desejo que não precisava ser expresso em palavras; bastava um olhar, um gesto, e tudo se tornava claro.

Enquanto o sol se punha, tingindo o céu de tons quentes, ela fechou os olhos e deixou que a imaginação a levasse. Visualizou o momento em que seus corpos se encontrariam novamente, a eletricidade no ar, a conexão que transcende o físico. O desejo era uma música, uma sinfonia de toques e suspiros.

Ela sabia que o amor e o desejo eram como ondas do mar, que vêm e vão, mas sempre deixam marcas na areia. E, naquele instante, a certeza de que ele também a desejava a envolvia como um abraço caloroso. O pensamento de seus lábios se encontrando, de suas almas se entrelaçando, era o que a fazia sorrir.

O desejo, afinal, é uma força capaz de transformar o cotidiano. E, enquanto a noite se aproximava, ela se permitiu sonhar com o reencontro, com a entrega total a esse amor que pulsava dentro dela. Era um desejo que não precisava de pressa, pois sabia que, quando o momento chegasse, seria perfeito.