A ausência de empatia não é acaso...
Não é mais o grito que fere.
É o silêncio.
É o olhar que passa por você como se você não tivesse nome, nem história.
É o não dito que vai te corroendo, sem fazer barulho — mas deixando marca.
A falta de empatia virou método.
E dos mais eficientes.
Porque ela não escancara a porta... ela deixa entreaberta, te fazendo acreditar que a culpa é tua por não conseguir entrar.
Tem gente que não grita, mas controla.
Que não briga, mas pune com a ausência.
Que não impõe, mas manipula com gestos suaves, com palavras mornas, com indiferença calculada.
A empatia virou quase uma falha de caráter…
Quando, na real, ela era tudo que ainda podia nos salvar da frieza desse mundo que mede valor por desempenho e afeto por utilidade.
Romper o vínculo, nesse caso, não é desistir de ninguém.
É sobreviver.
É entender que manter-se num lugar onde não há espaço pra tua dor...
é aceitar ser moldado por um tipo de violência que se disfarça de maturidade.
Tem gente que só quer te ver quieto, moldado, bonzinho.
E chama isso de amor.
Mas amor sem escuta não é amor.
É gestão.
E se no fim das contas, o que te une a alguém não for cuidado, reciprocidade ou presença…
então talvez não seja vínculo, seja dominação disfarçada de afeto.
E disso, sinceramente?
A gente não precisa.