Quase sem ídolos
SEMPRE fui esquerdista, mas sem partido e sem obedecer a nenhuma liderança. Tive admiração por alguns líderes, mas sem exagero e de vez em quando discordando deles. Linha política e decisão de cúpula? Era só o que faltava. Linha para mim só de trem, anzol e carretel. Grandes Ídolos? Só Jesus Cristo.
É claro que admirei alguns políticos, caso de Luis Carlos Prestes, mas nunca o segui porque não perdoei o fato dele ter apoiado Getúlio mesmo este te ndo entregue a esposa dele, Olga, à Gestapo. Admirei outros pontualmente, caso de Brizola, Darci Ribeiro, Arraes... Mas sem me rasgar. Acompanhei Lula em várias campanhas, mas não concordo com seu modo de querer ser salvador da pátria e fazer acordo com gato e cachorro. Nem com a obsessão de querer ser estadista e resolver os problemas do mundo antes de cuidar mais dos nossos.
Mas vou revelar alguns personagens que considero quase ídolos. O primeiro foi o Che Guevara, acho que o caso da Bolívia foi uma burrice colossal, mas era um cara puro que se doava a uma causa e por ela dava a vida. O outro foi o papa Francisco, para mim a maior figura da humanidade. O terceiro ainda está vivo mas agonizando. É Pepe Mujica. Este me fascina pelo exemplo total de coerência, humildade e fraternidade. Renunciou a todas as mordomias. Lula devia se mirar nele. Ontem vi uma mensagem da esposa dele afirmando que ele está mesmo em estado terminal mas mandou uma mensagem. São palavras dele: "A vida é uma bela aventura e um milagre. Estamos muito focados na riqueza e não na felicidade. Estamos focados apenas em fazer as coisas e, antes que você perceba, a vida já passou".
Vou ficar sem ídolos. Viva Pepe Mujica. William Porto. Inté.