EITA BICHO DE SETE CABEÇAS

Desesperança teimosa essa, tamanho seu crescimento no pequeno espaço mental! Alardeia a palavra não em demasia, conduz os pensamentos a caminho do pântano sombrio, grita exacerbada inexistir saída do extenso labirinto da angústia, força os olhos a chorar sem parar de atarantar o juízo.

Melhor que se fora nalguma direção qualquer, desse lugar à paz. Que coisa! Tenho absoluta luta certeza de que essa abjeta criaturinha abstrata não é de Deus. Provavelmente tem origem lá nos quintos e serve somente para infernizar os mortais, quando em algum momento os dramas se acumulam provocando transtornos, criando focos de tristeza, enchendo o saco de amargura.

É um domingo flácido que não pede nem tem pé de cachimbo, tomado pelo sopro incessante do vento de chuva, daqueles domingos-mucuim irritantes de caneco de porco prazerosos em chutar feridas abertas. Arre! O almoço está pronto e já se encontra sobre a mesa, venham todos para o mini banquete, a vida segue sem depender da esperança, o estômago tem fome. Ele sim, tudo bem, faz parte de sua função, mas a mente fervilha, comida agora passa longe da prioridade.

Tem como matar a desesperança? Decerto. Pois a esperança, dizem por aí, não é a última a morrer? Se uma pifa, a outra também pode levar bordoadas mortais. Avante alegria, cadê sua força e determinação? Eia autodomínio, esboce alguma reação, dê porradas metafóricas nela! Fácil nunca é derrotar o imprestável, o danado parece moldado a titânio. Pois assim denota ser a desesperança, bicha feia capaz de possuir sete vidas. Se assim for, o jeito é destruir uma a uma, o amor constrói, sim ele apenas. Quem sabe ele a vence, sei de seu poder , então apelarei a ele.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 08/06/2025
Código do texto: T8352832
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