O TEMPO PASSA... MAS NÃO TEM TANTA PRESSA ASSIM DE IR
Estou recordando um sonho que tive. Um sonho estranho e lindo.
Tão colorido!
Engraçado! Em branco e preto, nunca me recordo de ter sonhado.
Sempre tantas cores habitaram meu mundo noturno.
Este sonho foi especial porque eu fugi totalmente do que possa ser possível.
Sonho é sonho...
Que bobagem eu estou a dizer!
Bem, vou tentar transcrevê-lo, se bem que é uma tarefa um tanto difícil.
As sensações não podem ser passadas, sequer avaliadas.
Eu caminhava por uma estrada que percorri nesta vida. Uma que andei quando criança.
Já findava o dia e eu seguia. De repente a lua foi aparecendo no horizonte e se erguendo majestosamente.
Ainda não estava de todo escuro e ela subia imensa. Não como esta que vemos... imensa mesmo.
Tão grande... e me vi nela a observar outras luas.
As cores tão diversas me atraíam. Me chamavam.
Eram verde-água, lilás, laranja, vermelhas...
Notei que eu não caminhava nesta lua onde me localizava. Eu voava...
Comecei então a avistar os fatos do meu viver.
Ocasiões, gestos. Tudo me voltava.
Podia ver os olhares das pessoas e sentir os afagos que recebi no correr do tempo.
Desfilavam à minha frente todas aquelas criaturas que guardei desde a infância.
Elas voltavam com seus sorrisos, suas palavras.
No sonho eu pensava: Como vivi!
Como tudo significou tanto! Cada momento. Cada riso, cada pranto!
O meu ser sentia desejos de envolver todas aquelas criaturas num abraço tão envolvente, para que elas nunca mais se afastassem de mim.
O tempo passa, mas não tem tanta pressa assim de se afastar de nós, é como um cometa... vai nos deixando um rastro de lembranças...
Vai e fica... nos resquícios de nossas saudades.