O Capitalismo Não Vive em Mim
É uma bela tarde de sexta-feira. Estou sereno e tranquilo, sentado na minha cadeira fazendo alguns doces, quando, de repente, o telefone toca. É o meu amigo, que me pergunta:
— Como estás?
Eu respondo:
— Estou bem!
Ele vai direto ao ponto:
— Quer fazer um freelance por 300 reais?
Eu prontamente respondo:
— Não, obrigado.
Ele, mais que depressa, desliga o telefone sem sequer desejar uma boa tarde.
Mas o que me chamou a atenção foi a convicção com que ele me ofereceu um trabalho de mais ou menos duas horas, com pagamento de 300 reais. Pude observar algumas coisas: como o capitalismo tenta seduzir. Ele falou "300 reais" de uma forma diferente, dando visibilidade ao pagamento, e não ao amigo — como se eu fosse aceitar prontamente, como se o dinheiro significasse mais do que a amizade ou a família.
Alguns pensamentos tocaram a minha mente:
“O ser humano é assim.”
Ele tenta convencer as pessoas por meio do dinheiro. Não estou dizendo que o dinheiro não seja importante. Estou dizendo que ele não deve estar acima das pessoas. Trocar dinheiro por amizade, por relacionamento, por carinho... não é correto.
Posso até viver no capitalismo, mas o capitalismo não vive em mim.