Frio

Sophie já não sente mais calor. Passou, como é efêmero!

O que fica são os sentimentos que possuem raíz, razão de ser, e é isso que ela valoriza.

Quer retomar a calmaria e segurança. Percebe que não há motivos de ir à procura do que já tem. Sabe o quanto é feliz, e para que assim prossiga, só depende dela. Engraçado, como aos poucos, consegue perceber que tudo é controlável, patéticamente simples! É finito... Sophie já se divertiu, e é isso. Agora ela vai para casa, tranquila, e tudo será como antes...

Amanhã retornará ao trabalho, dedicação e competência são o seu nome, ela se realiza.

Sophie adora a disciplina, a organização, as coisas em seu devido lugar e preferencialmente sob o seu minuncioso controle. Sempre em busca de novos desafios, ela se destaca, por sua beleza exuberante, e por sua capacidade de ser muitas ao mesmo tempo.

Começa a compreender como é fria, como consegue ser calculista com seus sentimentos. Sente orgulho disso. Enquanto suas amigas sofrem por amores incompreendidos, desmerecidos, impossíveis, ela consegue ser firme e decidida quanto ao que quer. Ninguém tira a sua máscara de felicidade, mesmo que as duas não estejam sempre de mãos dadas.

Sophie não sente mais calor, não vale à pena.

Catia Schneider
Enviado por Catia Schneider em 15/12/2005
Reeditado em 19/12/2005
Código do texto: T86257