Fim do Relacionamento

- Preciso falar uma coisa...

- Até imagino...

- Não, não imagina.

- Então tá, surpreenda-me.

- Não dá mais.

- Como assim?

- Não dá pra continuar.

- É brincadeira?

- Nunca falei tão sério.

- Mas você não pode me largar assim.

- Já está decidido.

- Que insensibilidade é essa?

- Preciso ser sensato, não sensível.

- Apareceu outro?

- Isso não vem ao caso.

- Tem outro ou não???

- Tem.

- Não acredito! E tudo que planejamos juntos?

- Não está mais nos “meus” planos.

- Sabia que não podia confiar em você.

- Nunca fiz nada que me condenasse.

- E isso, agora? É um comportamento normal?

- Mais comum do que você imagina.

- Que bom, né? E agora você faz o quê? Pega as suas coisas e...

- Vou embora. Isso mesmo.

- ... não acredito... sempre me dediquei a você.

- Não confunda as coisas.

- VOCÊ me deixa confuso!

- A fila anda.

- Que grosseria! E você não pode perdê-la, não é isso?

- É.

- Quer saber? Quero você fora daqui hoje.

- Já arrumei minhas coisas.

- Então, suma!

- Não precisava ser assim.

- Agora!

- Obrigado por tudo.

- ...

Levanta, pega alguns porta-retratos, revistas, papéis e sai sem se despedir. Não tem jeito.

Toda demissão é traumática.

Felipe Valério
Enviado por Felipe Valério em 23/02/2008
Reeditado em 23/02/2008
Código do texto: T872046
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