TÁ RINDO DE QUÊ? 



               No Natal ganhei de uma tia mal informada uma sandália de plataforma. Há bastante tempo desci do salto. Agora, só rasteiras... Ontem, como precisava ir ao Centro da cidade, resolvi usar a dita cuja. Até que, pra minha falta de hábito, o desempenho não estava dos piores...Já caminhava com uma razoável segurança quando pisei numa daquelas falhas de pedra portuguesa da calçada e meu pé virou. Despenquei. Desabei. Estatelei-me. Esborrachei-me. Ruí-me. O movimento maior que consegui fazer foi pra me sentar. E assim permaneci: pregada na calçada da rua mais movimentada do Centro da cidade, na hora do almoço. Foram necessários quatro – eu disse quatro - cavalheiros pra me socorrer. Dois içaram meus escombros – um de cada lado; um catou a gracinha da sandália e o outro recolheu a bolsa que voou. Um espetáculo à altura das videocassetadas do Faustão.

               Hoje, mais quebrada que arroz de terceira, contei o acontecido pra uma amiga – ou ex-amiga -. A criatura, quando conseguiu parar de rir, fez a pergunta que não era necessária: sua bolsa estava aberta?

               Como diria meu pai: além da queda, o coice...

Rosane Coelho
Enviado por Rosane Coelho em 30/12/2005
Reeditado em 01/01/2006
Código do texto: T92314