TRATO VOCÊ! TODINHO...

Hoje volto à prosa, para vos contar uma cena que aconteceu comigo, na minha cidade, a Guarda, por sinal a mais alta do país luso.

Há poucos dias entrei num pequeno Bar, onde encontrei um amigo, muito bem acompanhado. Convidou-me a sentar e eu aceitei.

Apresentou-me a acompanhante, que ao cumprimentar-me me disse seu nome, Aparecida. Carregado com um forte sotaque brasileiro, logo me apercebi da sua naturalidade.

Seguiu-se a conversa, entre mim e o meu amigo Luís, deambulando um pouco sobre futebol e sobre a política. A Aparecida, não deixava de emitir a sua opinião aqui e ali, por vezes com certa pertinência e revelando uma cultura com algum nível.

Quando a cavaqueira já estava dividida pelos três, eu perguntei à beldade brasileira, o que fazia por ali na minha cidade.

De momento mostrou alguma timidez, mas com o aval do Luís, lá me foi dizendo: -

Sabe meu amigo, eu faço convívios. Tenho um anúncio num jornal que é o Correio da Manhã, que contém o número do meu celular, e recebo cavalheiros em casa, mediante uma prendinha sabe...!

É bem evidente que me apercebi logo da sua actividade. E mais, concluí que com os belos atributos que possuía, devia ser um chamariz na cidade.

Ao meu jeito, fui-lhe dizendo:-

Felicito-te por isso, sabes tu para mim és como o médico...embora pagando, quando preciso sei que sabes tratar de mim.

Fiquei convencido que ela estaria de acordo comigo, mas tal não aconteceu. Reagiu do seguinte modo, num tom bem brasileiro: -

Não Zé Albano! Você vai no médico, você paga e ele manda você na farmácia, onde ainda tem de pagar mais...!

Comigo não! Você paga, mas eu trato de você todinho...! Não o mando a mais lado nenhum.

Fiquei sem resposta! O que quer dizer que neste contexto lhe dei razão.

Perante este facto insólito, faz-me lembrar o Fernando Pessa, português mediático do século passado.

E esta! Heim...

Zé Albano
Enviado por Zé Albano em 01/04/2008
Reeditado em 07/03/2012
Código do texto: T926163
Classificação de conteúdo: seguro