**Declaração**

Declaração

E eu que pensava que de tudo, tudo sabia...

Que o que imaginava era sempre a pura verdade...

Que as pessoas eram assim, iguaisinhas a mim...

Com a sinceridade, lealdade, carinho que foram sempre meu carro-forte e que seria igual para todos, assim eu pensava......

Quantas coisas julgava e até jurava, que só existiam iguaisinhas assim, como eu julgava e até firmemente jurava...

Os dias passavam, noites surgiam e eu sempre com a mesma idéia, que tudo era a cópia de mim mesma...

Lêdo engano, triste decepção, nada disso acontecia, foi um despertar sombrio, melancólico que se rompia e me consumia...

Meu despertar foi se avizinhando e me mostrando que de ilusão se vive e de ilusão se morre,. mas eu estava sempre pensando...

Agora percebo que ninguém é igual a ninguém, que cada um tem seu perfil pessoal, seu próprio ego, sua própria digital...

Não posso querer, exigir que todos sejam assim como eu sou, mas como eu pensava, como eu imaginava...

De repente, mesmo em idade avançada, arvoro-me em ver a verdade sem me doer tanto, sem me magoar como dantes...

Cada pessoa tem o direito de ser um indivíduo criado ao seu perceber, seu querer, ser como são, pois são pessoas...

Sempre fui criada, gerada num clima de tudo "pra meu coração", sempre alerta, curtida e deitada nessa ilusão...

Porisso não me assusto tanto agora, vou só percendo, analisando, criando julgamentos, e cada vez mais me pasmando...

Ainda me estremeço ao notar que o que me animava era um puro querer, num eterno sem saber porquê...

Muito tenho ainda que aprender, que tentar o passado esquecer, e ainda ter força pra sobreviver sem sofrer...

Ah! Eterna escola cuja cartilha me faz querer ainda aprender o bê-a-bá da vida que me rodeia, sem vir a retroceder!...

Sempre fui simples, nunca carreguei mágoa, rancor, ódio, sou a singeleza de uma flor, embora sendo a mais comum...

Flor do campo que na relva emerge seu coração, seus matizes, suas próprias ilusões, mas realçando apenas sua simplicidade...

Acalento agora fugaz esperança de aceitar sem me chocar, de julgar sem me melindrar mais, ser apenas simples espectadora...

Nesse desfilar de vida que ainda me resta, quero ter a certeza que não dói tanto agora, que me aliviei comentando...

Nunca desejei competir com ninguém, minhas palavras, eu as componho com a alma simples e coração aberto...

No bonde de minhas poesias meu estribo cabe todo mundo, que venham se apresentar, tem lugar pra todo todos, venham...

Correr, para ver quem quer só aparecer? Triste situação, quero andar no meu devagar e estar sempre com meu divagar...

Só lamento que tenho que assistir cenários tão diferentes, que a pressa de atingirem seus escopos, correm tanto ,tanto ...

Calma, calma!!! Tudo vai dar certo, tudo vai acontecer, tudo, mesmo quando está a demorar, já está prestes a chegar...

"Se a vida nos amolda a seu bel prazer, que o faça, mas sem magoar tanto quem só vive ainda de sonhos e ilusões"...

Myriam Peres

Rio de Janeiro, 03/04/2008

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Myriam Peres
Enviado por Myriam Peres em 03/04/2008
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