VENDENDO A VIDA

Estou escrevendo em meados de abril de 2008. Aproveitando a sensação imposta no momento pela imprensa, para conseguir audiência nas TV e vender jornais, a morte de uma menina em São Paulo. As escolhas são de acôrdo com as necessidades mercadológicas da época. Nestas ocasiões, no Brasil, param todas as mortes e sacanagens de bandidos, políticos e famílias mal estruturadas. Só vale a que está em evidência. Nem os programas “mundo cão” e sensacionalistas da tarde e o presidente Luiz Inácio comprando popularidade estão conseguindo audiência maior.

Mas a imprensa está certa. O povo que elege quem está aí, gosta é de dramas e sofrimento tipo fratura exposta. Quanto pior, melhor.

A dengue não pode fazer mais audiência e popularidade, mesmo matando mais crianças sem jogar de prédios. Povo mal educado e arrogante, metido a pobre coitadinho que gosta de viver a custa de outros e levando vantagem gozando quem realmente trabalha pra quem pensa que paga salário justo. Deputados vaselinas e senadores não eleitos servem-se das oportunidades, oportunistas que são. Os sindicatos pagam uma parte em champanha e a outra em campanhas. Os juizes vão consultar os bispos e o Papa pra aprovar lei que pode salvar vidas, ao invés de consultar a consciência, a sabedoria e a própria justiça. Então, sorrir forçado para quem a gente não gosta não é hipocrisia, é modismo. Desce mais uma cerveja, antes que chegue alguém não hipócrita...