A DEPRESSÃO I

Por; Egídio Garcia Coelho

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Sei que posso aqui não estar trazendo nenhuma novidade. Porém, meu propósito é sempre ajudar porque aprendi na prática que ninguém ensina ninguém e que se aprende mesmo é fazendo.

Em minha luta constante para pôr em prática o que sempre venho aprendendo, já encontrei muitas dificuldades, principalmente quando me deparava com estados de depressão. Vivi muito tempo dentro do que o Prof. Ismael Cordeiro Jr., qualifica como “ótica do mundo”.

Por falta de preparação, eram muitas as preocupações e poucas as compreensões. Queria mesmo tirar vantagem de tudo e vivia na superficialidade, sendo para mim uma das causas que me levavam a depressão.

Meu estado de depressão, nem sempre podia ser diagnosticado, devido aos mecanismos inconscientes que usava como disfarces e muitas vezes até mesmo pela falta de humildade para deixar transparecer.

O fato é que independente das causas, a depressão existe e é uma realidade que precisa ser encarada. Bons neurologistas estão aí preparados, pesquisando e estudando também com médicos e terapeutas, amenizando assim, os sofrimentos e levando a cura aos que permitem se submeter a tratamento.

Nossos milhões de neurônios precisam de comunicação (sinapse), e entre uma e outra célula nervosa, existem espaços com líquidos não condutores que interrompem a corrente elétrica. Essa interrupção é neutralizada por partículas (neutotransmissores) que são lançadas de uma célula nervosa para outra num fantástico mecanismo, permitindo que a comunicação seja efetivada.

O estado de depressão interfere diretamente na (sinapse) produção e movimentação dos neurotransmissores, provocando um raciocínio lento e ainda voltado para pensamentos que tem por objetivo neutralizar a vítima. O corpo parece passar a pesar acima da realidade e o desejo de isolamento é predominante.

É uma situação tão delicada que mesmo quando diagnosticada e medicada com as drogas mais eficientes, uma pessoa pode levar mais de (15) quinze dias para apresentar as primeiras reações positivas.

A “força de vontade” pode atuar como principal medicamento e dentro da minha experiência, foi a espiritualidade, mesmo dogmática que manteve minha força de vontade como uma chama divina impedindo que se multiplicassem os pensamentos mais absurdos que surgiram apavorando um marido, empresário e pai de três perfeitos filhos cheios de saúde.

Pude perceber essa chama divina persistindo permanentemente para que eu como vítima, tomasse iniciativas e continuasse lutando, levantando com muita dificuldade a cabeça rumo a novos objetivos.

Diante da depressão, pode parecer um paradoxo, mas, eu acabava encontrando no sexo uma forma de fuga, parecendo estar disposto a largar todos os compromissos e permanecer me saciando.

Daí minha admiração pela mulher que tenho, por tão bem saber administrar minha ansiedade, equilibrando assim, minhas perdas de energias, já que na época, muito pouco eu conhecia sobre como praticar sexo de forma correta saudável.

Em estado de depressão, mesmo com pensamentos positivos o organismo não responde aos movimentos solicitados e isso também pode se tornar um hábito com o perigo de entrar num ciclo vicioso que acabará por levar á estados crônicos de depressão profunda.

A “força de vontade” vai agir contrariando o desejo do corpo de permanecer improdutivo e acomodado curtindo mágoas e/ou sentimentos de culpa. Diante dessa situação, as primeiras reações serão mecânicas e precisarão ser persistentes a ponto de vencer uma força interna que se manifesta, defendendo a permanência na depressão e resistindo a mudanças.

Por esta razão, posso afirmar a importância da espiritualidade em minha experiência.

Minha consciência de que meu corpo é um “Templo Sagrado” e que o poder da realização habita nele, pôde me fazer sentir lá no fundo uma capacidade de enfrentar qualquer obstáculo, sendo que repeti incontáveis vezes as seguintes afirmações: “Tudo posso, naquEle que me fortalece” e “O Senhor é meu Pastor e nada me faltará”.

Como cristão tais versículos da Bíblia, foram dentro da minha verdade, fortes mantras que hoje exponho e recomendo, me tornando diferente de alguns comunicadores que temem fazer, pela necessidade de vender seus livros, já que no mundo materialista tal sensibilidade, nem sempre é bem vista.

Conhecemos bem nossa capacidade de arranjar milhares de desculpas para justificar nossa falta de iniciativa, diante da necessidade de fazer uma caminhada, praticar esportes, participar de cursos, ouvir palestras, ler bons livros, fazer caridades, orar, relaxar, meditar ou outras atividades que são comuns apenas a uns poucos disciplinados e corajosos capazes de romper as forças do inconsciente coletivo que mantêm mais de 80% da humanidade sob rigoroso controle.

Falei da depressão por tratar-se da principal causa que mantém as pessoas afastadas da auto-estima, provocando muita demora na recuperação de qualquer derrota temporária que muitos preferem chamar de fracasso.

Vamos então, levantar a cabeça e sair do chão na busca de tudo que possa nos levar adiante para conquistarmos o tão sonhado “sucesso” ou pelo menos uma melhor qualidade de vida.

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Segue... A DEPRESSÃO II